Puigdemont garante que não renuncia à luta pela independência
Líder independentista catalão, detido há uma semana na Alemanha, quebra silêncio através do Twitter.
O líder catalão Carles Puigdemont, detido há uma semana na Alemanha e a aguardar a decisão sobre o pedido de extradição feito pela Justiça espanhola, garantiu ontem, através do Twitter, que não abdica nem renuncia à luta pela independência.
"Que seja claro para todos: não claudico, não renuncio, não me retiro perante a atuação ilegítima daqueles que perderam nas urnas nem perante a arbitrariedade daqueles que estão dispostos a abandonar o Estado de Direito e a Justiça pela ‘unidade da pátria’", publicou na sua conta do Twitter após uma semana de silêncio.
O líder catalão garante, assim, que não tenciona dar um passo atrás e ceder a liderança da luta pela independência apesar da privação de liberdade e da sua delicada situação judicial.
Puigdemont, que foi detido na Alemanha no passado domingo na sequência da reativação pela Justiça espanhola do mandado europeu de detenção, enfrenta uma pena de até 25 anos de prisão por rebelião e oito anos por desvio de fundos.
A decisão da Justiça alemã sobre o pedido de extradição deverá ser conhecida esta semana, mas tanto a defesa como a acusação podem ainda recorrer da decisão, alargando o processo até 60 dias.
O governo alemão já fez saber que não terá qualquer intervenção no processo, a cargo da Procuradoria de Schleswig-Holstein.
Boicote às portagens em protesto
O grupo, que tem cortado estradas pela Catalunha, diz que a ação marca "o arranque de uma campanha de desobediência civil em massa" e ameaça com outras formas de luta.
Extradição decidida na terça-feira
A defesa e a acusação podem ainda recorrer da decisão do juiz.
PORMENORES
Pressão sobre juiz
Centenas de independentistas manifestaram-se ontem na localidade de Das, onde o juiz do Supremo Tribunal Pablo Llarena tem uma casa, para exigir a liberdade dos "presos políticos". Na semana passada, desconhecidos pintaram palavras de ordem junto à casa do juiz.
Governo denuncia
O ministro do Interior, Juan Ignacio Zoido, denunciou ontem as pressões contra juízes, jornalistas e polícias. "Tentar impor pela força um projeto excludente a metade da população não é democrático", acusou.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt