"Quem ganha o penta só tem razões para abrir champanhe" diz João Lourenço
Questionado pelos jornalistas sobre a perda de votos, o candidato do MPLA negou que estes tenham sido os piores resultados de sempre, já que o partido saiu vitorioso.
O candidato do MPLA esta segunda-feira proclamado vencedor das eleições gerais e próximo Presidente da República de Angola, João Lourenço congratulou-se com a vitória, destacando que "quem ganha o penta só tem razões para abrir champanhe".
João Lourenço, que concorreu a um segundo mandato, reagia assim ao anúncio dos resultados finais da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) que deram vitória ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), com 51,17% dos votos, contra 43,95% da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA).
Questionado pelos jornalistas sobre a perda de votos, já que em 2017, o MPLA ganhou com 61%, João Lourenço negou que estes tenham sido os piores resultados de sempre, já que o partido saiu vitorioso.
"Não tivemos os piores resultados porque ganhámos, se nós tivemos os piores resultados, o que dirá a oposição que perdeu, que perdeu cinco eleições. Nós ganhamos o penta, quem ganha o penta só tem razões de abrir, no mínimo, cinco garrafas de champanhe", disse o dirigente do MPLA, prosseguindo com um brinde.
João Lourenço sublinhou que o MPLA ganhou "de forma inequívoca", desvalorizando a perda de Luanda para a rival UNITA pois tratava-se de eleições gerais, e não provinciais ou regionais "e muito menos autárquicas".
"O que esteve em disputa era o lugar de Presidente da República e os lugares de deputados no parlamento", afirmou, salientando que saiu vencedor o candidato do MPLA e que o partido garantiu uma maioria absoluta no parlamento.
"Qualquer concorrente não só quer mais como quer tudo, mas a vida não é bem assim, estou satisfeito com os resultados que os eleitores angolanos quiseram conferir quer ao MPLA quer a mim como candidato", disse ainda.
No seu discurso de vitória, lido na sede do partido em Luanda, João Lourenço enfatizou "a vitória da humildade, da seriedade e da estabilidade", agradecendo a confiança dos angolanos e prometendo continuar "a trabalhar no desenvolvimento económico e social do país e no bem-estar dos angolanos".
Agradeceu também aos militantes do partido, aos observadores nacionais e internacionais que acompanharam a votação e à CNE "que permitiu que os angolanos escolhessem o seu futuro pela via democrática"
"A vitória do MPLA significa, para Angola e para os angolanos, um executivo que assume os seus compromissos políticos com coragem e com responsabilidade, um executivo que não tem medo de romper com os poderes instalados e de fazer as mudanças necessárias", referiu igualmente no seu discurso.
João Lourenço prometeu ser "o Presidente da República de todos os angolanos" e prestar atenção aos "anseios do povo e da juventude".
"Este é o momento de abrir as portas das oportunidades aos nossos jovens, de restaurar a prosperidade e de promover a paz", declarou.
Realçou por último que "o nível de organização, a presença massiva de observadores e a livre cobertura das eleições pelos média", permitiu à comunidade internacional reconhecer as eleições "como tendo sido livres, justas e transparentes".
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