Recusada extradição do fundador do WikiLeaks Julian Assange

Justiça britânica rejeita pedido dos EUA alegando que saúde mental está debilitada e podia cometer suicídio.

05 de janeiro de 2021 às 08:32
Imagem 30348154.JPG (8415592) (Milenium) Foto: EPA
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A Justiça britânica rejeitou esta segunda-feira o pedido de extradição de Julian Assange para os EUA. O Tribunal Penal Central de Londres, ou Old Bailey, baseou a decisão na preocupação com a saúde mental do mais mediático dos fundadores do WikiLeaks. Os EUA vão recorrer da sentença.

A juíza Vanessa Baraitser considerou haver “o risco elevado de que Assange se suicide caso seja extraditado”, tanto mais que o sistema prisional dos EUA não dá garantias, como revela o caso do suicídio na prisão de Jeffrey Epstein. Mas frisou, contudo, que a decisão não é uma vitória para a liberdade de Imprensa, pois Assange violou a lei e “os jornalistas têm a mesma obrigação que os restantes cidadãos de obedecer à lei”. Assange não pode, pois, “ficar imune somente por assegurar que agia como jornalista”. Apesar de tudo, a extradição foi recusada devido à deterioração da saúde mental sofrida por Assange na prisão. Recorde-se que foi detido em 2019, depois de ser expulso da embaixada do Equador em Londres, onde esteve refugiado desde 2012.

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Os EUA querem julgar Assange por 17 crimes de espionagem e intromissão informática que podem valer 175 anos de cadeia. O fundador do WikiLeaks é procurado pela Justiça americana desde 2010 por publicar documentos secretos, muitos deles revelando crimes dos EUA no Iraque e no Afeganistão.

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