Rede Internacional de Verificação de Factos preocupada com proibição de vistos americanos para 'fact-checkers'
Administração Trump considera a verificação de factos como "censura" da liberdade de expressão dos americanos.
A Rede Internacional de Verificação de Factos (IFCN, sigla em inglês) manifestou esta quarta-feira a sua "profunda preocupação" perante a proibição americana de conceder vistos a 'fact-checkers'.
O departamento americano do ministério das Relações Exteriores instruiu o seu pessoal a rejeitar os pedidos de visto de pessoas que trabalham na verificação de factos, que a administração Trump considera como "censura" da liberdade de expressão dos americanos.
Neste sentido, "a IFCN está profundamente preocupada" com esta informação, indicou a organização sediada nos Estados Unidos, que reúne mais de 170 organizações globais e especializadas na verificação de factos e combate da desinformação.
Em comunicado, a entidade sublinhou que "a verificação de factos é jornalismo que fortalece o debate público, não a censura".
"Confundir esse trabalho com censura é não compreender o que os verificadores de factos fazem, ou deturpá-lo deliberadamente", refere o comunicado.
A diretiva em causa diz respeito aos requentes de visto H-1B, geralmente reservados a trabalhadores estrangeiros altamente qualificados e frequentemente utilizados, nomeadamente, no setor das tecnologias.
Em maio, o ministro das Relações Exteriores, Marco Rubio, já havia anunciado "restrições de vistos" para estrangeiros acusados de "censurar os americanos".
"A liberdade de expressão é essencial para o modo de vida americano. É um direito fundamental sobre o qual os governos estrangeiros não têm autoridade", rematou o ministro.
Em contrapartida, a IFCN salienta que "a liberdade de imprensa e uma população bem informada são fundamentais para a democracia".
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