República Checa é o primeiro país europeu a aprovar uso medicinal de alucinogénio

Uso terapêutico da psilocibina demonstrou bons resultados no tratamento da depressão e ansiedade. Utilização obrigou a uma alteração ao Código Penal.

21 de julho de 2025 às 18:27
Observação Microscópica Foto: Getty Images
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A República Checa vai ser o primeiro país europeu a permitir, a partir de janeiro de 2026, o uso terapêutico da psilocibina, um alucinogénio extraído de cogumelos que demonstrou bons resultados no tratamento da depressão e ansiedade.

A utilização medicinal da psilocibina foi ratificada em 17 de julho, obrigando a uma alteração ao Código Penal. Pode ser usada com um produto transformado, em vez de diretamente como uma planta, o que permitirá o estabelecimento de parâmetros seguros para a sua composição.

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O especialista Jindrich Voboril, antigo coordenador nacional das políticas anti-droga no país, reconhece que a psilocibina demonstrou "um potencial real para o tratamento de certas condições de saúde mental", noticiou a Rádio Praga.

No entanto, Voboril afirma que "ainda levará pelo menos alguns anos para desenvolver os padrões e regulamentos secundários necessários antes de poder ser utilizado na prática".

Experiências médicas demonstraram que a psilocibina abre novas opções terapêuticas para doentes com depressão grave, dependências, ansiedade em doentes oncológicos e com perturbação de stress pós-traumático.

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Este tipo de terapêutica só pode ser administrado a doentes com mais de 18 anos e sob supervisão médica.

Nos últimos anos, tem crescido o interesse científico e médico pelo uso de substâncias psicadélicas --- como a psilocibina ou o MDMA --- em tratamentos para perturbações mentais resistentes às terapias convencionais.

Pesquisas clínicas nos Estados Unidos, Europa e Canadá demonstraram que, quando administradas de forma controlada e com suporte psicoterapêutico, estas substâncias podem aliviar os sintomas de depressão grave, perturbação de stress pós-traumático ou ansiedade existencial em doentes terminais.

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Ao contrário dos antidepressivos tradicionais, os efeitos terapêuticos são geralmente rápidos e prolongados e não causam dependência, de acordo com estes ensaios clínicos.

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