Revolta após morte de Sanhá

A tensão política e militar regressa a Bissau com a morte do comodoro Mohamed Lamine Sanhá, um muçulmano e ex-chefe do Estado-Maior da Armada, dois dias depois ter sido baleado por desconhecidos, perto da sua casa. Após ter sido divulgada a morte de Sanhá, eclodiram distúrbios que culminaram com a morte de um jovem.

07 de janeiro de 2007 às 00:00
Revolta após morte de Sanhá Foto: d.r.
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Sucederam-se manifestações espontâneas no Bairro Militar, onde morava o ex-chefe de Estado-Maior da Armada, cujo funeral deverá realizar-se hoje em Sanconha, na região do Guinará. Os manifestantes, entre outras palavras, gritavam: “É isto que Tagmé Na Waie quer e já conseguiu”, numa alusão ao actual chefe de Estado-Maior das Forças Armadas, a quem acusam de estar por detrás do atentado contra Sanhá. Os manifestantes queimaram pneus e ergueram barricadas no Bairro Militar impedindo a circulação de veículos e incendiaram e saquearam a casa ainda em construção do presidente ‘Nino’ Vieira. Segundo fontes em Bissau, face à violência da manifestação, militares guineenses intervieram para conter a violência e um jovem acabou por morreu e dois outros ficaram feridos. O ambiente era ontem, ao fim da tarde, de uma aparente acalmia depois de militares e polícias dispersarem os jovens.

Recorde-se que Sanhá e o tenente-coronel Almami Camará estiveram detidos em Agosto último acusados da tentativa de assassínio de Tagmé Na Waie. Após ter saído da prisão, Sanhá e Camará responsabilizaram Tagmé de os estar a perseguir por pertencerem à etnia mandinga, a mesma do falecido general Ansumane Mané, líder da Junta Militar, que derrubou o presidente ‘Nino’ Vieira em 1999. “Fomos detidos quatro vezes sem culpa formada. Chega de perseguição de Tagmé aos militares muçulmanos” afirmou então Sanhá.

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