Motim em prisão faz mais de 60 mortos
Rebelião em Manaus, no Brasil, durou mais de 17 horas.
Uma revolta no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, conhecido como Compaj, em Manaus, no Brasil, fez mais de 60 mortos. A rebelião começou na tarde de domingo e terá durado mais de 17 horas, conta o Globo.
Os últimos reféns foram libertados esta segunda-feira e a polícia acredita que 130 reclusos poderão ter conseguido fugir da cadeia, aproveitando a confusão.
O incidente terá tido início numa luta entre grupos rivais. Durante os confrontos terão havido várias decapitações.
O secretário de Segurança Pública do Amazonas, Sérgio Fontes, considera esta rebelião "o maior massacre do sistema prisional do Amazonas".
Os números oficiais revelam que a cadeia alberga 1072 presos, apesar de, em teoria, ter capacidade para pouco mais de 500.
Em declarações citadas pelo site Em Tempo, o secretário de Segurança Pública do Amazonas, Sérgio Fontes, confirmou o assassinato de mais de 60 presos, na sua maioria pertencentes ao grupo criminoso Primeiro Comando da Capital (PCC), e também vários condenados por violação, que estavam presos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj).
"A rebelião foi orquestrada pela fação criminosa Família do Norte", disse Sérgio Fontes, descrevendo os assassinatos como situações de extrema violência. "Foi um recado para a facão criminosa rival", finalizou.
Circulam já pela internet vídeos que mostram corpos desmembrados e decapitados.
Os responsáveis pela rebelião chegaram a fazer reféns dezenas de guardas prisionais e funcionários da prisão, mas os mesmos terão sido libertados sem baixas a registar, na manhã desta sexta-feira.
Fuga em prisão vizinha
Junto à prisão de Compaj existem mais dois estabelecimentos prisionais. Num deles, o Instituto Penal Antônio Trindade (IPAT) os prisioneiroas aproveitaram a situação de caos que se viveu na últimas horas para fugir. Sérgio Fontes secretário de Segurança Pública do Amazonas referiu aos jornalistas os túneis encontrados em dois dos presídios de Manaus.
"No IPAT localizamos nove túneis. Foram por eles que os 87 detidos fugiram. No Compaj encontramos oito. Mas lá ainda não sabemos quantos presos conseguiram fugir", explicou Fontes. As Forças Armadas estão a ajudar nas buscas pelos evadidos.
Entretanto, foi relatada mais uma situação crítica numa prisão do estado de Manaus. Dezenas de prisioneiros do Centro de Detenção Provisório Masculino (CDPM), quase todos criminosos ligados ao PCC, tentaram fugir na tarde desta segunda-feira, por temerem que sofressem o mesmo destino que os colegas assassinados no Compaj. A rebelião foi travada pela Polícia Militar.
Este é o episódio mais violento nas prisões brasileiras desde 1992, quando 111 presos morreram quando a polícia travou a tiro uma rebelião que tinha explodido na Casa de Detenção de São Paulo.
Em atualização
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