Rússia, China e Mongólia assinam acordo para gasoduto Força da Sibéria 2

Acordo prevê o fornecimento de gás natural russo à China por um período de 30 anos.

02 de setembro de 2025 às 09:28
Xi Jinping encontra-se com Vladimir Putin numa cimeira na China Foto: Alexander Kazakov/AP
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A Rússia, a China e a Mongólia assinaram, esta terça-feira, um memorando juridicamente vinculativo para a construção do gasoduto Força da Sibéria 2, que permitirá a entrega anual de 50 mil milhões de metros cúbicos de gás russo à China.

O anúncio foi feito pelo presidente da gigante energética russa Gazprom, Alexei Miller, após a reunião entre os líderes da Rússia, Vladimir Putin, da China, Xi Jinping, e da Mongólia, Ukhnaa Khurelsukh, realizada em Pequim, à margem das celebrações do 80.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico.

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Miller sublinhou que a construção do gasoduto Força da Sibéria 2 e do chamado gasoduto União -- Oriente, que inclui o trajeto de trânsito pela Mongólia e as infraestruturas correspondentes em território chinês, será "o maior projeto mundial no setor do gás, tanto em dimensão como em volume de investimento".

O acordo prevê o fornecimento de gás natural russo à China por um período de 30 anos.

Paralelamente, a Gazprom assinou com a Corporação Nacional de Petróleo da China (CNPC) um acordo para aumentar o fornecimento através do gasoduto Força da Sibéria, dos atuais 38 mil milhões para 42 mil milhões de metros cúbicos por ano.

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Estes dois projetos reforçam a crescente cooperação energética sino-russa, num contexto de afastamento progressivo da Rússia dos mercados europeus, após as sanções ocidentais impostas pela invasão da Ucrânia, e da estratégia chinesa de diversificação do aprovisionamento energético.

Embora Pequim exclua a formação de uma aliança formal com Moscovo, tem prestado apoio político, diplomático e económico à Rússia desde o início da guerra na Ucrânia.

A parceria é vista como forma de Pequim assegurar estabilidade nas fronteiras terrestres no norte e nordeste da China e garantir o fornecimento energético, permitindo ao país asiático concentrar recursos nas áreas onde enfrenta maior pressão dos Estados Unidos e seus aliados, incluindo o Estreito de Taiwan e o Mar do Sul da China.

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