Rússia desenvolve campanha de desinformação após assassinato de Charlie Kirk

Organizações sem fins lucrativos concluiram que foram disseminadas, nas redes sociais, publicações extremistas que incitavam à revolta.

10 de outubro de 2025 às 12:11
Estádio presta homenagem a Charlie Kirk, falecido em 2025 Foto: AP
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A Rússia desenvolveu uma campanha de desinformação após o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk, disseminando nas redes sociais publicações extremistas que incitavam à revolta, concluiram organizações sem fins lucrativos.

Depois do assassinato de Charlie Kirk, verificou-se, segundo as fontes, um aumento de publicações nas redes sociais que espalhavam desinformação sobre o incidente e que disseminavam narrativas extremistas para destabilizar os utilizadores e aumentar a tensão 'online'.

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De acordo com uma monitorização do Center for Internet Security (CIS) e do Institute for Strategic Dialogue (ISD), um conjunto de publicações procurou generalizar o aparente aumento de violência política nos Estados Unidos da América (EUA).

Inúmeras publicações culpavam a "esquerda radical" por este aumento, gerando altos níveis de interação nas redes sociais.

Segundo as organizações, na origem destas publicações estão grupos apoiados pela Rússia, incluindo um projeto de desinformação alinhado com o Kremlin, conhecido como 'Operação Sobrecarga'.

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O objetivo passa por fabricar falsas notícias com citações de instituições e personalidades credíveis, acompanhadas por imagens que inflamam o debate público.

Ambas as organizações detetaram, após o tiroteio de 10 de setembro, cerca de 26.000 publicações que expressavam preocupações ou desejo de guerra civil, uma retaliação necessária contra a "esquerda".

Mais de 46.000 publicações na rede social X procuram caracterizar erroneamente o atirador como uma pessoa transexual, associando o tema ao discurso de Charlie Kirk.

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Por exemplo, uma destas publicações incluía um vídeo falsamente associado com canal France24, alegando que as autoridades francesas pediram aos americanos LGBT+ que fugissem para França para "evitar uma perseguição".

Outro conteúdo referia que a BBC tinha alertado que os ataques contra líderes conservadores "espalhar-se-iam para a Europa".

As organizações explicam que a amplificação destas narrativas foi feita em várias redes sociais, com recurso a contas 'bots' (automatizadas), prática usual das campanhas de desinformação russas.

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Em 13 de setembro, a Lusa Verifica noticiou que as redes sociais não perderam tempo a tentar encontrar o assassino de Charlie Kirk, através de teorias da conspiração, vídeos enganadores e inocentes apontados como suspeitos.

O ativista conservador Charlie Kirk, aliado próximo do Presidente Donald Trump, morreu no dia 10 de setembro após ser baleado num evento na Universidade de Utah Valley, nos EUA.

Na altura, o acontecimento levou a que várias empresas responsáveis por redes sociais e plataformas digitais tomassem medidas para eliminar os vídeos que inundaram o ambiente virtual e que captaram o momento em que o ativista foi baleado.

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