Rússia elogia Turquia e dá as mãos à China
Putin reúne-se com Erdogan, a quem disse que a Turquia é um exemplo para a Europa.
A Rússia estreitou esta sexta-feira laços de amizade e cooperação com dois importantes aliados: a Turquia e a China. Na cidade russa de Sochi, localizada na costa do mar Negro, Vladimir Putin recebeu o homologo turco, Tayyip Erdogan, a quem agradeceu o contributo decisivo para o regresso das exportações de cereais.
“Os produtos alimentares russos e os fertilizantes também estão agora abertos ao Mundo”, sublinhou Vladimir Putin, congratulando-se com o facto de esta abertura permitir evitar uma crise alimentar, particularmente grave para “os países em desenvolvimento”. E acrescentou: “A Europa deve estar grata à Turquia.” Em resposta a Putin, Erdogan considerou que o encontro permitiu abrir uma nova página nas relações entre os dois países.
Desde a invasão da Ucrânia, a 24 de fevereiro, a Turquia tem estado na linha da frente na procura de uma solução para a resolução do conflito. Até agora, as negociações de paz não têm sortido efeito, mas o contributo decisivo para o desbloqueio das exportações de cereais, ucranianos e russos, configura uma vitória importante.
Numa outra frente, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, reuniu com o homólogo chinês, Wang Yi, a quem expressou total apoio à China na questão de Taiwan e condenação das posições assumidas pelos Estados Unidos. “A nossa parceria estratégica é um dos pilares do movimento para o triunfo do direito internacional. (…) Os Estados Unidos violam este princípio em todo o lado e isto exige uma reação”, disse o chefe da diplomacia russa.
No terreno, as notícias que chegam dão conta de uma relativa acalmia nos combates, com as forças ucranianas e russas a consolidar posições, num momento em que as atenções internacionais estão voltadas para a movimentação da China em torno de Taiwan.
As autoridades ucranianas comunicaram esta sexta-feira a partida do Porto de Chornomorsk, na região de Odessa, de mais três navios carregados de cereais. O destino é a Turquia, Reino Unido e Irlanda. Transportam 58 mil toneladas. Um primeiro navio tinha partido segunda-feira em direção ao Líbano.
Refugiados na Polónia
A Polónia voltou a ser, em junho, o país da União Europeia que acolheu mais refugiados ucranianos (60 125), mas o número de proteções temporárias concedidas continua a recuar, revelou esta sexta-feira o Eurostat.
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