Rússia nega interferência na decisão de Trump de despedir diretor do FBI

Donald Trump diz que vai substituir James Comey por ´"alguém muito melhor".

10 de maio de 2017 às 16:03
Donald Trump, o presidente dos EUA Foto: Getty Images
Donald Trump Foto: Getty Images
James Comey, ex-diretor do FBI Foto: Getty Images
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O Kremlin considera que o despedimento do diretor do FBI James Comey pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, é um "assunto interno" dos Estados Unidos, mas espera que este "não afete" as relações bilaterais.

A Casa Branca anunciou na terça-feira que Trump tinha despedido Comey, o diretor do FBI (polícia federal e serviços secretos internos dos Estados Unidos) que tinha posto em marcha uma investigação às eventuais relações entre a equipa de campanha eleitoral do Presidente e o Governo da Rússia.

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Na prática, a Rússia é acusada de influenciar as eleições presidenciais de novembro de 2016, ao ter - entre outras ações - divulgado milhares de e-mails da candidata democrata, Hillary Clinton.

"Trata-se de um assunto absolutamente interno dos Estados Unidos, uma decisão soberana do presidente norte-americano e que não teve, nem deve ter, nada a ver com a Rússia", declarou aos jornalistas o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

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A decisão do Presidente norte-americano suscitou uma onda de indignação entre os representantes do Partido Democrata e entre os colunistas de opinião na imprensa norte-americana.

O Partido Democrata chegou mesmo a comparar o episódio à tentativa de encobrimento feita pelo presidente Nixon no caso Watergate.

"Esperemos que [este afastamento de Comey] não tenha qualquer impacto" nas relações entre Rússia e Estados Unidos, acrescentou Peskov.

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O despedimento surpresa do diretor do FBI - algo que só aconteceu mais uma vez na história dos Estados Unidos - aconteceu um dia antes de Donald Trump receber na Casa Branca o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov.

Inicialmente Lavrov tinha apenas na agenda um encontro com o seu homólogo norte-americano, Rex Tillerson, para abordar o conflito da Síria.

Trump diz que vai nomear "alguém muito melhor"

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O presidente Donald Trump disse esta quarta-feira que vai substituir Comey "por alguém que vai fazer um trabalho muito melhor" e "trazer de volta o espírito e o prestígio do FBI".

"O FBI [polícia federal norte-americana] é uma das instituições mais respeitadas do nosso país e hoje marca um novo ponto de partida para a agência referência do nosso sistema judicial", considerou Donald Trump num comunicado divulgado terça-feira pela Casa Branca.

Num tweet enviado esta quarta-feira, o Presidente norte-americano atacou o Partido Democrata, que na noite de terça-feira criticou a decisão presidencial de afastar Comey, comparando o episódio à tentativa de encobrimento feita pelo presidente Nixon no caso Watergate.

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Os Democratas, disse Trump, "disseram algumas das piores coisas sobre James Comey, incluindo o facto de que ele deveria ter sido demitido, mas agora fazem o jogo de que estão muito tristes!".

Particularmente visado nos comentários de Trump foi o líder da minoria Democrata no Senado, Chuck Schumer, que tal como o Presidente é nova-iorquino.

Trump tinha ligado a Schumer para o informar da sua decisão. O líder democrata relatou que disse a Trump que este "estava a cometer um grande erro".

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Schumer questionou o porquê de a demissão ter acontecido agora e levantou a hipótese de as investigações em curso no FBI sobre as ligações da campanha de Trump com a Rússia estarem "a chegar demasiado perto do Presidente". Disse ainda que se não for nomeado um procurador especial para investigar o caso [algo que aconteceu no caso Watergate e que levou ao afastamento de Nixon da presidência], os americanos terão razões para pensar que o afastamento de Comey é uma manobra para "encobrir" algo.

Também no Twitter, Trump atacou Schumer: "o choramingas Chuck Schumer declarou recentemente 'já não tenho confiança nele (James Comey)' E agora finge-se tão indignado".

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