Rússia restringe chamadas pelo WhatsApp e Telegram

Autoridades russas acusam aplicações de facilitar a fraude e "envolver cidadãos russos em atos de sabotagem e atividade terroristas".

14 de agosto de 2025 às 11:47
Telegram Foto: Pixabay
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A Rússia anunciou na quarta-feira que irá restringir as chamadas feitas através das aplicações WhatsApp e Telegram, uma nova medida das autoridades russas após o bloqueio, nos últimos anos, de várias redes sociais ocidentais.

"Para combater os criminosos, foram tomadas medidas para restringir as chamadas nessas aplicações de mensagens estrangeiras (WhatsApp e Tlegram)", informou a agência de notícias estatal russa Ria Novosti, citada pela AFP.

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As autoridades russas acusam estas aplicações de mensagens, muito utilizadas na Rússia, de facilitar a fraude e "envolver cidadãos russos em atos de sabotagem e atividade terroristas".

Em resposta a esta medida, o Telegram afirmou, em comunicado, que "luta ativamente contra o uso indevido da sua plataforma" e remove "milhões de conteúdos prejudiciais todos os dias".

"O WhatsApp é um serviço privado, criptografado de ponta a ponta, que resiste às tentativas dos governos de violar o direito das pessoas a uma comunicação segura, e é por isso que a Rússia está a tentar bloqueá-lo para mais de 100 milhões de russo", afirmou, por seu vez, um porta-vos da aplicação, citado pela agência de notícias.

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Nos últimos anos, a Rússia tem multiplicado as medidas que restringem a liberdade de expressão 'online', tendo o executivo de Putin promulgado uma lei que pune as pesquisas na internet por conteúdos classificados como "extremistas" e tecnologias usadas para contornar a censura.

Desde 2024, o YouTube só está acessível na Rússia através de uma VPN, sendo que redes sociais como o Facebook e o Instagram são consideradas "extremistas" no país, pelo que também estão bloqueados.

Em julho, o deputado russo Anton Gorelkine afirmou que o WhatsApp, deveria preparar-se para "sair do mercado russo" devido a "uma forte probabilidade da aplicação ser adicionada à lista de aplicações provenientes de países considerados hostis por Moscovo".

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As autoridades acusam ainda os serviços de segurança ucranianos de recrutar russos através destas aplicações para cometer atos de sabotagem no país em troca da promessa de uma remuneração.

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