Scholz finaliza acordo de coligação tripartida na Alemanha

Líder social-democrata será o novo chanceler após 16 anos de poder de Angela Merkel.

25 de novembro de 2021 às 08:27
Scholz (ao centro na foto) confirmou um acordo para governar com os liberais de Lindner (à esquerda) e os Verdes de Annalena Baerbock e Robert Habeck
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O líder do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) anunciou esta quarta-feira um acordo de coligação com os Verdes e o Partido Democratas Liberais (FDP) e está a um passo de ser o novo chanceler da Alemanha. Olaf Scholz terá a séria responsabilidade de suceder a Angela Merkel, que dominou a política alemã e europeia nos últimos 16 anos.

Consciente do impacto das decisões alemãs na UE, Scholz deu desde já algumas garantias. “A soberania da Europa é uma pedra angular da nossa política internacional”, afirmou, destacando a grande proximidade com a França e a parceria privilegiada com os EUA.

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Isto não significa que não haja mudanças. Uma delas será, desde logo, o regresso aos tectos da dívida, uma vez que o FDP privilegia o rigor financeiro e deseja impor na Zona Euro um menor endividamento público.

O novo tripartido alemão avisou também que encara o novo fundo de recuperação financeira pós-Covid, a chamada ‘bazuca europeia’, como “limitado no tempo e nos valores financeiros de ajuda”.

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O grande defensor da nova austeridade na UE é Christian Lindner, líder dos liberais, que assegurou a pasta das Finanças após duras negociações que se prolongaram desde a vitória do SPD, por escassa margem, nas legislativas de 26 de setembro.

As negociações ganharam intensidade nos últimos dias, com reuniões noite fora, para acertar a distribuição das pastas ministeriais e as prioridades: políticas ambientais, da agenda ecologista, e financeiras, bandeira eleitoral do FDP.

Para compensar os Verdes pela perda das Finanças, terão um ‘superministério’ do Clima e o financiamento para uma ambiciosa agenda. Nela se inclui o fim do uso de carvão até 2030, ano em que 80% da eletricidade deve provir de renováveis, nomeadamente de turbinas eólicas e energia gerada a partir de hidrogénio.

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A chanceler Angela Merkel foi esta quarta-feira felicitada pelo governo cessante. Antes de presidir ao que terá sido o seu último conselho de ministros, recebeu um ramo de flores das mãos de Scholz, vice-chanceler na atual coligação e futuro chanceler.

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