Justiça abre inquérito após suicídio de jovem italiana

A Itália está em choque com a morte de Tiziana Cantone, de 31 anos, que se enforcou em Nápoles, na terça-feira.

A mulher não terá resistido à pressão, depois de um vídeo dela a ter relações sexuais com um homem - ainda por identificar - se ter espalhado pela internet há mais de um ano. Foi a própria mulher que, em abril de 2015, enviou o vídeo para quatro homens que conhecera na internet, com as imagens a aparecerem mais tarde em sites pornográficos.

Atravessava um período de "fragilidade e depressão" quando enviou os vídeos, confessou ao Ministério Público, quando apresentou queixa em maio de 2015, identificando os quatro homens italianos.

Tiziana tinha na altura um namorado, Sergio di Palo, mas na queixa que apresentou não fez qualquer referência ao mesmo. Os quatro homens em causa estão agora indiciados pelo crime de incitamento ao suicídio, depois de a procuradoria de Nápoles ter aberto um inquérito.

Ao longo do último ano a mulher tentou de todas as formas que o vídeo fosse removido de sites e motores de busca.

A justiça italiana decreta a remoção mas a tarefa revela-se impossível e os vídeos continuam disponíveis. Mesmo assim, é intimada a pagar 20 mil euros de custas judiciais.

As imagens tornam-se motivo de paródia em Itália e surgem até produtos com uma frase que ela diz no vídeo: "Estás a filmar? Bravo!". Tiziana deixa de sair à rua e refugia-se em casa. Começa a ter ataques de pânico. A mãe confessa que ela já se tinha tentado matar duas vezes.

O caso está a reacender o debate sobre os riscos da exposição na internet e da incapacidade para remover conteúdos do ciberespaço.