Sexo oral ajuda a espalhar gonorreia incurável
A Organização Mundial de Saúde garante que a doença criou mecanismos de auto-defesa contra os antibióticos.
O sexo oral está a causar a propagação intensa da gonorreia, uma doença sexualmente transmissível (DST) causada pela bactéria ‘gonococo’. Esta doença desenvolveu formas de se defender dos antibióticos.
A Organização Mundial de Saúde alerta para o facto de doença se estar a espalhar, a um ritmo desenfreado, por todo o mundo, colocando milhões de vidas em risco.
Esta 'Super Gonorreia' começou a espalhar-se depois de se tornar resistente aos antibióticos. Tudo isto foi parcialmente causado pelo sexo oral e pelo declínio no uso do preservativo.
As bactérias sexualmente transmissíveis podem viver na parte de trás da garganta e, por isso, evoluírem, criando imunidade aos antibiótico usados para tratar a infecção.
A Organização Mundial de Saúde emitiu um aviso, depois de confirmar que três pessoas tinham contraído esta ‘super gonorreia’.
A ascensão da ‘super gonorréia’
Contudo, a gonorreia tem vindo a tornar-se cada vez mais resistente aos antibióticos comuns. Ao desenvolver-se, a doença criou mecanismos de auto-defesa suficientemente fortes que impedem a eficiência dos antibióticos.
Já em 2016, alguns especialistas alertaram para o facto de esta ‘super gonorreia’ poder, eventualmente, tornar-se imune a antibióticos.
Contudo, é hoje sabido que "é uma questão de tempo" antes de os antibióticos deixarem de ser úteis.
"A gonorréia é uma doença extremamente inteligente", disse Teodora Wi, especialista em reprodução humana na agência de saúde da ONU, com sede em Genebra.
"Sempre que apresentamos um novo tipo de antibiótico para tratar a doença, esta desenvolve uma nova forma de se defender", revela Teodora.
Papel do sexo oral na propagação da doença
A falta de uso do preservativo ajuda à disseminação da infecção, como afirmou Dr. Wi, em conversa com a BBC. O método contraceptivo protege a transmissão de fluidos sexuais.
O Dr. Wi revela que os médicos já documentaram três casos específicos - um no Japão, França e Espanha - de pacientes com esta ‘super gonorreia’, aparentemente incurável.
"Estes casos podem ser apenas a ponta do iceberg, uma vez que os sistemas para diagnosticar estas infecções intratáveis ??estão a falhar", conclui.
Urgência na procura de novos medicamentos
Manica Balasegaram, diretora da Global Antibiotic Research and Development Partnership, disse que a situação era "sombria" e há, hoje, uma "necessidade urgente" de novos medicamentos.
"Precisamos que a resistência aos medicamentos seja o mais lenta possível", garante.
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