Simpson escapa a prisão perpétua

Um dia depois de quase ter chorado em tribunal enquanto pedia desculpa pelos crimes de roubo e de rapto no casino de um hotel de Las Vegas pelos quais foi julgado, O.J. Simpson parecia ontem bem mais aliviado. E tem razões para isso. Podia ter sido condenado a prisão perpétua mas a sentença da juíza Jackie Glass prevê uma pena máxima de 33 anos e possibilidade de liberdade condicional após nove anos de prisão efectiva.<br/><br/>

07 de dezembro de 2008 às 00:30
Simpson escapa a prisão perpétua Foto: Ethan Miller, EPA
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O delegado do Ministério Público lembrou, apesar disso, que a gravidade dos crimes, assalto à mão armada e sequestro, não permitirá a Simpson uma saída antecipada por bom comportamento. O magistrado disse ainda que dificilmente O.J. Simpson obterá a liberdade condicional após nove anos.

"Peço desculpa por tudo", afirmou O.J. Simpson em tribunal, com a voz embargada e os olhos marejados de lágrimas, reconhecendo a estupidez do seu acto. "Foi muito mais do que estupidez", respondeu a juíza, classificando Simpson de arrogante e ignorante, reafirmando no entanto que a condenação nada tem a ver com o facto de em 1995 Simpson ter sido considerado inocente no julgamento pelo homicídio da mulher, Nicole Brown, e do amigo Ronald Goldman. "Não estou aqui para julgar outra coisa ou exercer uma vingança", afirmou a magistrada.

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Apesar disso, muitos no tribunal viram a sentença como um tardio ajuste de contas com Simpson. Entre eles conta-se Fred Goldman, pai de Ronald, que espera ainda receber a maior fatia dos 33,5 milhões de dólares que Simpson foi condenado a pagar à família por um tribunal cível em 1997. A lei da Califórnia, onde vive Simpson, não permite que pensões de reforma sejam confiscadas para pagar indemnizações, permitindo à antiga estrela do futebol americano continuar a fazer vida folgada com os 22 mil dólares que aufere da NFL, liga profissional de futebol.

Simpson ficou, entre outras coisas, privado dos direitos sobre as vendas do livro que escreveu relatando a sua versão do homicídio de 1995.

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