Síria anuncia plano de estabilidade apoiado por EUA e Jordânia
Entre os objetivos do plano está o de levar a julgamento os responsáveis pelos ataques contra a população.
A Síria anunciou esta terça-feira um plano apoiado pelos Estados Unidos e Jordânia para garantir a estabilidade na região de Sweida, sul do país, após a violência sectária que eclodiu em meados de julho entre milícias drusas e beduínas.
Numa conferência de imprensa conjunta com o homólogo da Jordânia, Ayman Safadi, e o enviado especial dos Estados Unidos para a Síria, Thomas Barrack, o ministro dos Negócios Estrangeiros sírio, Asaad al-Shaibani, pormenorizou que o Governo liderado pelo Presidente de transição, Ahmed al-Shara, elaborou um roteiro que contará com um mecanismo tripartido em coordenação com Washington e Amã para supervisionar a correta implementação.
Entre os objetivos do plano está o de levar a julgamento os responsáveis pelos ataques contra a população e bens civil e garantir o fluxo de ajuda humanitária e médica, bem como facilitar o regresso das pessoas deslocadas pela violência sectária, que provocou centenas de mortos.
As autoridades sírias comprometeram-se ainda a restabelecer os serviços essenciais, indemnizar os afetados pela violência e iniciar um processo de reconstrução. O plano prevê igualmente determinar o paradeiro das pessoas desaparecidas e sequestradas.
Por fim, al-Shaibani explicou que será realizado um "processo de reconciliação interna" com a participação de todos os atores em Sweida.
Neste sentido, Barrack afirmou que a estabilidade só será alcançada através da cooperação com todos os setores do país e elogiou o Governo sírio por tomar "medidas históricas e práticas" que garantam a paz em Sweida.
Por seu lado, Safadi declarou que a Jordânia apoia a recuperação e reconstrução da Síria após "anos de destruição e sofrimento vividos pelo povo sírio".
"Sublinhamos a necessidade de exigir responsabilidades aos autores de violações humanitárias e de prestar ajuda", disse, segundo a agência noticiosa SANA.
O Governo de transição sírio anunciou em meados de julho um frágil cessar-fogo na província de Sweida e o envio das suas forças de segurança para preservar a trégua após semanas de combates entre beduínos próximos das autoridades de Damasco e milícias da minoria drusa.
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