Grécia: acordo só depois do referendo
Tsipras e Varoufakis começaram campanha pelo 'não'.
Milhares de reformados faziam filas esta quarta-feira à porta dos bancos em Atenas para tentarem levantar a sua pensão. Limitados a um montante máximo de 120 euros por semana, os pensionistas são aqueles que se mostram mais nervosos com a situação. Mas não são os únicos. Uma professora universitária não esconde que vai levantar "tudo o que pode para hoje" e que amanhã "será igual". À primeira tentativa, surge a frustração. "Só nos deixam levantar 60 euros por dia, mas as máquinas não têm", protesta. Mais uma tentativa, e aparece uma estranha mensagem no visor do terminal automático. "Não entendo. Vou ficar sem cartão?", questiona a professora, com ar assustado e uma expressão fria no rosto.
O encontro de ontem do Eurogrupo, por videoconferência, sufragou a tese anteriormente defendida pela chanceler Angela Merkel: "Não haverá mais negociações sem se conhecer o resultado do referendo do próximo domingo." O pedido de um novo empréstimo, de 29 mil milhões de euros, para pagar as dívidas mais imediatas fica sem resposta. Assim como fica sem resposta a carta enviada pela Grécia a concordar com o plano dos credores... com alguns ajustes.
Antes de o Eurogrupo divulgar as suas conclusões, já o primeiro-ministro Alexis Tsipras corria para a televisão grega para fazer campanha pelo ‘não’. "Consultar a população é uma questão de bom senso. Estamos a ser chantageados a votar ‘sim’ a todas as exigências dos credores", salientou Tsipras. "Estou consciente das dificuldades e comprometo-me a tudo fazer para que sejam apenas temporárias", acrescentou. Argumentos repetidos pelo ministro das Finanças, Varoufakis, que afirmou que "o lugar da Grécia é no euro".
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