Sonangol adjudicou à brasileira Odebrecht construção do terminal oceânico da barra do Dande

Concurso público internacional foi lançado em 28 de janeiro deste ano, tendo apresentado propostas oito concorrentes.

09 de agosto de 2021 às 19:29
Empresa brasileira Odebrecht Foto: Reuters
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A Sonangol, petrolífera estatal angolana, adjudicou à OECI - Odebrecht Engenharia e Construção Internacional a construção do terminal oceânico da barra do Dande, com o valor global de 547,8 milhões de dólares (465,7 milhões de euros).

De acordo com um documento a que a Lusa teve hoje acesso, o concurso público internacional foi lançado em 28 de janeiro deste ano, tendo apresentado propostas oito concorrentes, dos quais cinco empresas individuais e três associações de empresas em consórcio.

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A obra foi adjudicada no dia 02 deste mês, depois de "um amplo processo de 'due diligence', conduzido pela empresa norte-americana Trace, e de 'compliance' nas empresas que constaram da lista das três concorrentes habilitadas, tendo a escolha recaído na OECI, que apresentou a melhor proposta técnica e o melhor preço.

Além da construção do terminal oceânico da barra do Dande, a empreitada inclui também a conclusão do parque de armazenamento de produtos refinados e construção da doca de atracação de navios.

O documento sublinha que se trata de um projeto estruturante para a economia angolana, em virtude da necessidade de o país se dotar de um terminal oceânico com vista a assegurar a manutenção de reservas estratégicas nacionais (580.000 metros cúbicos de combustíveis líquidos -- gasolina e gasóleo - e 102.000 metros cúbicos de LPG [gás liquefeito de petróleo]) e desenvolvimento da indústria petrolífera.

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O projeto será igualmente uma alavanca importante para o crescimento económico -- por via do aumento das exportações -- contribuindo para a balança comercial do país, considera ainda o documento.

De modo a garantir o cumprimento dos prazos definidos para a execução do contrato, com um período de vigência de 36 meses, 17 dos quais para a execução dos trabalhos, a Sonangol solicita à OECI, em coordenação com a direção do projeto, que inicie já a sua mobilização para o 'site' do terminal oceânico da barra do Dande, tendo como objetivo o arranque das atividades definidas no plano de trabalhos, no decorrer do mês em curso.

Um memorando de entendimento havia sido assinado entre a Sonangol e um xeque do Dubai, em novembro de 2019, para o desenvolvimento do terminal, mas, entretanto, não se concretizou, informou o ministro dos Recursos Minerais e Petróleos de Angola, em janeiro deste ano, sem especificar as razões, garantindo apenas a continuidade do projeto.

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O memorando de entendimento com a petrolífera angolana Sonangol para a construção de uma base logística de armazenamento de derivados do petróleo na barra do Dande estava estimado em 600 milhões de dólares (541,6 milhões de euros).

Na altura, o xeque Ahmed Dalmook Al-Maktoum salientou que "o país tem grande potencial" e manifestou a vontade de se envolver em mais projetos.

O projeto de armazenamento de produtos petrolíferos, visto como estratégico, foi iniciado em 2014 e interrompido em 2016, por força do contexto económico que o país e a empresa viviam nesse período.

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A construção da infraestrutura estava anteriormente estimada em 1.500 milhões de dólares (1.240 milhões de euros) e iria ser desenvolvida pela Atlantic Ventures, uma empresa associada a Isabel dos Santos, filha do antigo Presidente angolano José Eduardo dos Santos, que viu o contrato ser revogado, em 2018, tendo esta avançado, na altura, com um processo contra o Estado angolano.

Na altura do anúncio, a calendarização apontava para que a estrutura estivesse operacional no primeiro semestre de 2022 e o início das obras estava previsto para 2020.

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