Tailandês condenado a 40 anos de prisão por tráfico de chifres de rinoceronte

Chumlong Lemtonghtai recebeu uma sentença inédita e considerada exemplar numa altura em que o abate ilegal de rinocerontes na África do Sul bateu todos os máximos históricos, com 488 rinocerontes mortos até ao fim de Outubro, em comparação com os 448 mortos em todo o ano de 2011, segundo estatísticas oficiais.

Lemtonghtai declarou-se culpado do crime de caça ilegal de rinocerontes e admitiu ter pago a prostitutas para que elas se fizessem passar por caçadoras de forma a facilitar a colheita de chifres em reservas privadas onde a caça é legal mas sujeita a pagamento de elevadas somas de dinheiro, geralmente por turistas com forte poder de compra.

O Ministério Público conseguiu dar como provado que o cidadão tailandês fazia parte de uma rede internacional de tráfico de chifres de rinoceronte, tendo conseguido vender 26 chifres para o mercado asiático até ao momento em que foi detido.

No entanto, persistem dúvidas sobre os alegados cúmplices de Chumlong Lemtonghtai, alguns dos quais foram constituídos arguidos, mas os seus processos posteriormente arquivados.

Entre eles, encontra-se um sul-africano, proprietário de uma reserva privada de animais, que cria várias espécies, entre as quais rinocerontes, e que é visto num vídeo amador colocado no "website" do jornal "Mail & Guardian" a presenciar o abate de pelo menos um rinoceronte ao lado de Lemtonghtai.

A ministra do Ambiente sul-africana, Edna Molewa, já se declarou satisfeita pela sentença proferida hoje, depois de dar o seu aval às intenções iniciais do Ministério Público de pedir uma sentença de 260 anos para este cidadão tailandês.