Taiwan diz estar comovido com o apoio do Japão face a pressão da China

Número dois do poder em Taiwan, Cho Jung-tai, agradeceu à líder japonesa, Sanae Takaichi, pela firmeza na defesa da justiça e da paz.

05 de dezembro de 2025 às 07:48
Cho Jung-tai, número dois do poder em Taiwan Foto: Jerome Favre/AP
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O primeiro-ministro taiwanês afirmou esta sexta-feira estar "profundamente comovido", após a homóloga japonesa ter dito que um ataque chinês a Taiwan representaria uma "ameaça à sobrevivência" do Japão e poderia originar uma intervenção militar japonesa.

Numa reunião com o representante do Japão em Taipé, Shuzo Sumi, o número dois do poder em Taiwan, Cho Jung-tai, agradeceu à líder japonesa, Sanae Takaichi, pela firmeza na defesa da justiça e da paz, mesmo sob pressão.

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"Taiwan recebe de braços abertos os ídolos e grupos artísticos japoneses; certamente faremos com que a casa esteja cheia", afirmou Cho, em declarações divulgadas pela agência pública de notícias taiwanesa, CNA.

O primeiro-ministro insistiu ainda que Taiwan tem a determinação e a capacidade de "defender a verdadeira paz e soberania" e sublinhou que, para alcançar uma paz genuína na região, "é necessária uma força real".

"Espero sinceramente que Taiwan esteja bem, que o Japão esteja seguro e que o mundo esteja em paz", acrescentou Cho.

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No início de novembro, a nova primeira-ministra japonesa afirmou que Tóquio poderia intervir militarmente no caso de um ataque a Taiwan, ilha que Pequim considera parte do território chinês.

Pequim reagiu com fortes críticas, avisos diplomáticos e medidas de coação económica, incluindo recomendações junto da população chinesa para não viajar para o Japão e o cancelamento de eventos culturais.

Na terça-feira, a guarda costeira chinesa expulsou uma embarcação de pesca japonesa, que, segundo as autoridades chinesas, tinha entrado ilegalmente em águas próximas das ilhas Senkaku, controladas pelo Japão, e disputadas pela China e Taiwan.

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A Guarda Costeira chinesa indicou em comunicado divulgado na plataforma WeChat -- semelhante ao WhatsApp, que é censurado na China -- que "tomou as medidas de controlo necessárias, de acordo com a lei".

O porta-voz da força, Liu Dejun, disse que a Guarda Costeira ordenou à embarcação japonesa Zuiho-maru que se afastasse da zona, reiterando que o arquipélago, conhecido como Diaoyu na China, constitui "território inerente à China".

Liu instou ainda o Japão a "cessar imediatamente todas as atividades infringentes e provocatórias" na área e garantiu que a Guarda Costeira continuará a realizar "operações de aplicação da lei para defender os direitos" da China.

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O conflito pelas Senkaku, conquistadas pelo Japão na guerra com a China em 1894-95, intensificou-se depois de o Japão ter nacionalizado o território de três das ilhas, em setembro de 2012.

Situadas no mar do Leste da China, a cerca de 150 quilómetros a nordeste de Taiwan - que também reivindica a soberania do arquipélago - as ilhas desabitadas cobrem uma área de aproximadamente sete quilómetros quadrados, e acredita-se que possam existir importantes depósitos de gás ou petróleo nas águas adjacentes.

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