Tavares acusa Mariana Leitão de desespero por ter responsabilizado o Livre de incentivar "atos de vandalismo"
Parte dos manifestantes pro-Palestina deslocou-se para o interior da estação da CP do Rossio e um deles foi eletrocutado ao tentar subir para a parte superior de um comboio.
O porta-voz do Livre acusou este domingo a presidente da IL de desespero e exigiu que Mariana Leitão se retrate por ter responsabilizado o partido de Rui Tavares de incentivar "atos de vandalismo", após uma manifestação pró-Palestina em Lisboa.
"Só um ato de desespero é que pode levar uma líder política a fazer isto. E é uma irresponsabilidade política, é até uma irresponsabilidade social. Porque nós vivemos já numa sociedade muito polarizada, sem precisar deste tipo de coisas. Uma liderança política que seja responsável não faz isto. Mariana Letão deveria pedir desculpas pelo que fez", considerou Rui Tavares, na feira da Adroana, em Cascais, distrito de Lisboa.
À margem de uma ação de campanha para as autárquicas de dia 12, acompanhado pela dirigente do BE Marisa Matias, Tavares reagia às palavras de Mariana Leitão, líder dos liberais, que no sábado associou partidos como o BE e o Livre a "atos de vandalismo" no país, após uma manifestação pró-Palestina, em Lisboa.
Parte dos manifestantes deslocou-se para o interior da estação da CP do Rossio e um deles foi eletrocutado ao tentar subir para a parte superior de um comboio.
Rui Tavares salientou que o partido está presente em "manifestações pelos direitos humanos e contra o genocídio", e distanciou-se de protestos que "violem o espaço físico de um terceiro".
"O Livre sempre condenou quando tinha a condenar, lamentou quando tinha a lamentar, não endossa. Todas as pessoas sabem isso", sublinhou.
O deputado acusou a líder dos liberais de "uma irresponsabilidade" ao tentar associar o Livre e o BE "a qualquer tipo de ação que ponha em causa a segurança ou a liberdade de pessoas, dos próprios, desde logo" e considerou que "só o desespero pode tentar explicar o que era estar a desviar as atenções das autárquicas".
Tavares apelou para que se fale "das coisas que interessam nas autárquicas" e "não atirar lama para partidos que não têm a ver nada com ações", que, por vezes, "desviam a atenção do essencial" e que o partido condena.
No sábado, a presidente da IL, Mariana Leitão, afirmou que o país está a "assistir a um escalar de atos de vandalismo e de desordem" como consequência de apelos feitos por uma "esquerda radical", responsabilizando a coordenadora nacional do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, e Rui Tavares, porta-voz do Livre.
Mariana Leitão considerou que BE, Livre e até o Chega "usam o ódio e o desespero" e "as mesmas táticas para dividir as pessoas"
A liberal desafiou o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, a esclarecer se se revê neste "tipo de discursos dos radicais de esquerda", uma vez que está coligado com BE e Livre em vários municípios no âmbito das eleições autárquicas.
Mais de 3.000 pessoas juntaram-se no sábado numa manifestação contra a detenção por Israel dos participantes na Flotilha Humanitária Global Sumud, entre os quais se encontram quatro cidadãos portugueses, incluindo Mariana Mortágua.
A PSP, em comunicado, relatou que no termo da ação, com percurso entre o Martim Moniz e o Rossio - Praça D. Pedro IV, "de forma não expectável, parte dos manifestantes deslocou-se para o interior da estação da CP do Rossio, tendo um deles subido para a parte superior de uma composição, onde, aparentemente terá sido eletrocutado".
Este manifestante "foi assistido pelos meios de emergência médica no local e transportado a unidade hospitalar [Hospital de S. José], considerado como ferido grave", acrescentou a PSP.
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