Taxas de Trump são desafio para cadeias de abastecimento na China

Câmara de Comércio da União Europeia diz que taxas criarão "grande incerteza" para as empresas europeias no país asiático.

03 de abril de 2025 às 13:53
Donald Trump Foto: Getty Images
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A Câmara de Comércio da União Europeia (UE) na China advertiu esta quinta-feira que o novo conjunto de taxas impostas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, representará um "desafio" para as cadeias de abastecimento dos seus membros.

"Nos últimos anos, muitas empresas têm estado a rever o estado das suas cadeias de abastecimento para identificar vulnerabilidades às crescentes tensões geopolíticas e comerciais, procurando fornecedores alternativos. Esta última ronda de taxas é suscetível de afetar certos elementos das cadeias de abastecimento de alguns dos nossos membros", afirmou o organismo, em comunicado.

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A Câmara advertiu que, tendo em conta as transações de bens ou componentes entre os EUA e a China, estas últimas taxas criarão "grande incerteza" para as empresas europeias no país asiático.

"Qualquer reestruturação das cadeias de abastecimento não será possível de um dia para o outro e será necessário tempo para compreender o impacto total destas taxas", acrescentou.

As novas taxas de 34% impostas por Trump à China fazem deste país um dos mais tributados do mundo pelos EUA, pelo que se espera que as empresas europeias na China façam ajustes para "eliminar a dependência de fornecedores de fonte única" ou evitar "a produção totalmente localizada na China".

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Trump anunciou na quarta-feira que o seu país irá impor taxas de 34% à China, para além das taxas de 20% já em vigor, tornando as importações chinesas sujeitas a uma taxa total de 54%.

O Presidente dos EUA assinou na quarta-feira uma ordem executiva que estabelece uma taxa mínima de 10% sobre dezenas de países em todo o mundo e uma taxa adicional sobre os que Washington considera "piores infratores" pelas suas barreiras comerciais e fiscais aos produtos norte-americanos.

No início de março, a China anunciou taxas alfandegárias de 10% e 15% sobre os produtos agrícolas americanos, em retaliação contra as taxas de 20% impostas por Trump.

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Acrescentou também um grupo de empresas americanas à sua lista de controlo das exportações e outro à sua lista de entidades não fiáveis.

Na sua primeira presidência (2017-2021), Trump manteve uma relação tensa com Pequim, impondo várias rondas de taxas no valor de cerca centenas de milhares de milhões de dólares de importações oriundas da China, às quais o país asiático respondeu com taxas sobre as exportações dos EUA.

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