Temer reduz programas sociais e incentivos para subsidiar diesel prometido a camionistas
Decisão do presidente brasileiro já provocou protestos de vários setores.
Numa decisão que mesmo esta quinta-feira, tendo sido feriado, já provocou protestos de vários setores e fortes críticas na imprensa, o presidente brasileiro, Michel Temer, resolveu ir buscar a programas sociais de áreas delicadas e já carenciadas parte dos milhões de que precisa para cumprir a promessa feita aos camionistas de reduzir o preço que eles pagam nos postos de combustível pelo diesel que usam nos seus camiões.Essa foi a principal exigência dos líderes dos camionistas para acabarem com a greve nacional que levaram a cabo durante 11 dias com o bloqueio de mais de 1200 estradas, paralisando totalmente o Brasil ao suspenderem o abastecimento de alimentos, combustíveis, medicamentos e todos os outros tipos de mercadorias e produtos.
As áreas de onde vão sair os 3,13 mil milhões de euros de que o governo precisará para garantir aos camionistas só nos próximos meses uma redução de 46 cêntimos em cada litro de diesel foram explicitadas em decreto extraordinário publicado esta quinta-feira, apesar de ser feriado, para entrar em vigor já esta sexta-feira. Entre os programas mais afetados estão os de políticas para a juventude, de combate às drogas, apoio a mulheres vítimas de violência, modernização do precário SUS, Sistema Único de Saúde, o equivalente ao SNS português, e ações de incentivo ao ensino rural e ao assentamento de famílias pobres em áreas de reforma agrária.
Além dessas áreas tão sensíveis e já tão carenciadas de recursos, o governo anunciou igualmente o fim de incentivos fiscais a 39 dos 56 setores económicos que deles beneficiavam para compensar os efeitos da terrível recessão que o Brasil enfrentou nos últimos anos. Os incentivos fiscais à indústria química, por exemplo, foram totalmente extintos, enquanto os que são concedidos às empresas de refrigerantes passaram de 20% para 4%, e os que ajudavam as empresas exportadoras foram reduzidos de 2% para 0,1%, o que pode afetar seriamente uma das poucas vertentes da economia brasileira que ainda funcionam e garantem empregos para lucro do país.
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