"Tempestade do século" atinge Jamaica
Furacão já fez sete mortos em vários países da região.
O furacão ‘Melissa’, de categoria 5 e um dos mais fortes de que há registo, atingiu esta terça-feira a Jamaica na sua máxima força, depois de ter provocado a morte de pelo menos sete pessoas nas Caraíbas. Estavam previstas rajadas de vento “potencialmente fatais” superiores a 280 quilómetros por hora, inundações e devastação semelhante à causada pelo furacão ‘Katrina’ em 2005 em Nova Orleães, nos Estados Unidos. A previsão é do Centro Nacional de Furacões dos EUA, que deixou um aviso aos jamaicanos: “Não saiam de casa.”
O perigo é real. A Organização Mundial de Meteorologia já disse que o ‘Melissa’ é considerado como a “tempestade do século” para a Jamaica. Estima-se que cerca de 70% da população da ilha vive num raio de cinco quilómetros do mar, o que aumenta o risco para as zonas baixas de Kingston, Old Harbour Bay, Rocky Point e St. Elizabeth, apontadas como as mais vulneráveis.
Antes mesmo da chegada do furacão, houve deslizamentos de terra, árvores caídas e falhas de energia. O Governo jamaicano disse ter feito tudo o que podia para se preparar. “Não há infraestruturas na região que possam suportar uma tempestade de categoria 5. A questão agora é a velocidade da recuperação. Esse é o desafio”, disse o primeiro-ministro. Andrew Holness ordenou a evacuação total das zonas mais baixas da ilha. Milhares de residentes refugiaram-se nos 881 abrigos que a Jamaica dispõe, mas há sempre quem se recuse abandonar as suas casas.
Furacão ‘beryl’. Quatro mortos
O último grande furacão a atingir a Jamaica foi o ‘Beryl’, em julho do ano passado. Com uma intensidade invulgar para aquela altura do ano, trouxe chuvas e ventos fortes, matando pelo menos quatro pessoas na ilha. ‘Melissa’ é a 13.ª tempestade tropical da temporada do Atlântico, que decorre entre o início de junho e o final de novembro.
Cruz vermelha alerta
A Cruz Vermelha estima que pelo menos 1,5 milhões, entre os 2,8 milhões de jamaicanos, deverão ser afetados pelo furacão. “Este número está subestimado, uma vez que os impactos incluirão interrupções nos serviços essenciais, no comércio e, claro, bloqueios de estradas. Isto significa que toda a população pode ser afetada”, disse o chefe da delegação.
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