Temporal que matou seis pessoas em São Paulo arrancou 874 árvores e levou telhados de hospital e de centro comercial
Vítimas mortais foram atingidas por muros que desabaram ou árvores que caíram.
O violento temporal que atingiu a cidade brasileira de São Paulo e a região metropolitana no final da tarde desta sexta-feira com chuva torrencial e ventos que passaram dos 100 km por hora matou pelo menos seis pessoas, actualizou este sábado a Protecção Civil paulista. Em pouco mais de uma hora, entre as 16 e as 17h20, pelo horário local, 19 e 20h20 em Lisboa, a maior cidade brasileira parecia estar sob um furacão, tal a intensidade da chuva e do vento, raramente vistos naquela metrópole.
Todas as seis vítimas mortais foram atingidas ou por muros e paredes que desabaram ou por árvores que a ventania derrubou ou arrancou. De acordo com o último balanço do Corpo de Bombeiros de São Paulo, que é um braço da Polícia Militar, entre as 15 e 30 e as 20 horas locais de sexta pelo menos 874 árvores cairam na cidade, muitas delas de grande porte, e várias foram arrancadas pela raíz pela força do vento, derrubando muros próximos, caindo sobre veículos e casas e arrastando na queda postes e fios de energia.
Este sábado, mais de 18 horas depois do início do temporal, diversos bairros de São Paulo ainda estavam sem energia, nomeadamente o Morumbi, Moema e Vila Mariana, todos na zona sul, e boa parte da Lapa e outros na zona oeste, deixando milhares de pessoas sem luz em casa ou nos seus comércios. Na noite de sexta-feira, as aplicações de entrega de comida não conseguiram atender a maior parte dos pedidos, pois restaurantes e bares conveniados estavam sem energia ou alagados.
No Aeroporto de Congonhas, na zona sul, o segundo mais movimentado do país, foi registada a maior rajada de vento dos últimos anos na cidade, com 103,7 km por hora, algo incomum na região sudeste do Brasil, onde o clima costuma ser mais temperado. O vento chegou a arrastar alguns aviões e aterragens e descolagens foram suspensas por mais de uma hora, enquanto o terminal de passageiros ficou às escuras por muito tempo, pois os geradores não chegaram para todas as solicitações.
Com avenidas completamente alagadas e obstruídas por árvores e postes, o trânsito na maior cidade do Brasil, que normalmente já é congestionado, parou totalmente. Os transportes colectivos também foram bastante afectados, ficando os autocarros travados no meio dos enormes congestionamentos e o Metro e os comboios tendo de reduzir a velocidade.
Em cidades da área metropolitana, o caos foi replicado e até ampliado, pois em algumas delas a força da chuva e do vento foram ainda mais intensas. Em Santos, onde foram registados ventos de 151 km por hora, enormes navios balançavam com a força da ventania no Porto de Santos, o maior da América Latina, e o telhado do Hospital da Santa Casa da Misericórdia simplesmente voou inteiro numa dessas rajadas. Paredes do Hospital Municipal do Guarujá, na mesma região litorânea, ruiram e o estabelecimento de saúde foi inundado, e em outra cidade praiana, Praia Grande, o tecto do Litoral Plaza Shopping desabou, felizmente, em todos estes últimos casos, sem ferir ninguém com gravidade.
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