Terrorismo dá força à extrema-direita

Violência em Bruxelas ensombra dia de luto.

28 de março de 2016 às 01:58
28-03-2016_01_01_09 30 confrontos.jpg Foto: EPA
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Centenas de militantes da extrema-direita invadiram ontem o memorial às vítimas dos atentados de Bruxelas, insultando os muçulmanos presentes e gritando palavras de ordem contra o terrorismo e os refugiados, forçando à intervenção da polícia de choque. Pelo menos dez pessoas foram detidas num incidente que ameaça incendiar ainda mais a tensão religiosa e racial no país.

Os manifestantes, conotados com claques de futebol ligadas à extrema-direita, chegaram a Bruxelas de comboio, provenientes de Antuérpia e dirigiram-se para a praça da Bolsa, transformada nos últimos dias em memorial improvisado às vítimas dos atentados. Gritando "a Bélgica é nossa" e fazendo a saudação nazi, os manifestantes rapidamente começaram a insultar os muçulmanos presentes, forçando a polícia a criar um cordão de segurança. A tensão aumentou e os manifestantes começaram a lançar objetos contra a polícia, que os empurrou para fora da praça, usando depois canhões de água para os dispersar, havendo relatos de confrontos e atos de vandalismo em várias ruas vizinhas.

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O primeiro-ministro Henri Michel condenou os incidentes mas a reação mais enérgica veio do burgomestre de Bruxelas: "É escandaloso que estes energúmenos tenham vindo provocar as pessoas neste local de homenagem", lamentou Yvan Mayeur.

Polícias europeias procuram pelo menos oito suspeitos

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Forças de segurança europeias procuram pelo menos oito suspeitos ligados aos atentados de Paris e Bruxelas, avançou ontem o jornal alemão ‘Die Welt’.

Os suspeitos, na maioria de nacionalidade francesa e belga, mantiveram contacto com Abdelhamid Abaaoud, o ‘cérebro’ dos atentados de Paris, que foi abatido pela polícia no bairro de Saint-Dennis. Os oito fugitivos, descritos como "radicais islâmicos", estarão escondidos na Europa ou na Síria, diz o jornal, avançando também que alguns deles terão ligações a Salah Abdeslam, o único sobrevivente dos comandos terroristas de Paris, que foi capturado na semana passada em Bruxelas.

Um outro presumível cúmplice dos terroristas foi detido sábado em Itália. Trata-se de Djamal Ouali, de nacionalidade argelina, que terá forjado os documentos usados por vários dos terroristas envolvidos nos ataques de Paris e Bruxelas, incluindo Najim Laachraoui, que se fez explodir no aeroporto da capital belga. O suspeito, que recusou responder à polícia italiana, deverá ser extraditado para a Bélgica nos próximos dias.

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