Traficante Beira-Mar foi novamente transferido de prisão

O preso mais caro e mais difícil de manter encarcerado no Brasil, o mega-traficante Luís Fernando da Costa, mais conhecido por Fernandinho Beira-Mar, foi transferido de prisão em segredo, na passada quinta-feira.

22 de setembro de 2012 às 21:33
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Ele estava há apenas sete meses na Penitenciária de Alta Segurança de Porto Velho, capital do estado de Rondónia, no norte do Brasil, e foi levado de surpresa para a Penitenciária de Segurança Máxima de Catanduvas, no sul do país.

A decisão de transferir Fernandinho Beira-Mar para uma prisão a milhares de quilómetros da anterior foi tomada pelo Departamento Penitenciário Nacional por motivos de segurança. Fontes da inteligência desse órgão prisional detectaram movimentações suspeitas de pessoas ligadas ao mega-traficante em Porto Velho e, por precaução, foi decidido tirá-lo daquela cidade.

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De acordo com as informações conseguidas pelos agentes de informações, homens de confiança de Fernandinho Beira-Mar mudaram-se nos últimos tempos para Porto Velho, onde o mega-traficante estava desde Fevereiro. Esses cúmplices de Beira-Mar estariam a usar visitantes e pessoas da própria prisão para trocarem mensagens com o mega-traficante, visando reestruturar e revitalizar a organização criminosa que comanda há anos, apesar de estar na cadeia.

Fernandinho Beira-Mar já foi transferido de prisão cerca de 20 vezes desde que foi, há 10 anos, preso na selva da Colômbia. Ele era protegido naquele país pelo grupo guerrilheiro Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), mas um ataque militar de forças do governo colombiano ao acampamento onde ele se refugiava obrigou-o a fugir e deixou-o sem protecção.

Após passar por prisões de oito estados do Brasil, cujos governos depois de algum tempo se recusavam a manter a sua custódia por temerem uma acção de grande porte para libertá-lo, Fernandinho Beira-Mar passou a ser preso federal e a ficar exclusivamente em penitenciárias administradas pelo executivo central, como Porto Velho e Catanduvas, esta última considerada a mais segura e rigorosa do país e onde já esteve outras vezes.

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Ainda assim, o temor de uma tentativa de resgate ou de que suborno a funcionários é tanta, que Beira-Mar, detentor de um poder financeiro que parece inesgotável e de muita influência, tem sido transferido sucessivamente, para as autoridades tentarem diminuir o poder de acção dele.

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