Traficante construía hotel para receber criminosos
Construção estava ser feita a pedido de um presidiário.
A Polícia Civil (Judiciária) do estado brasileiro do Rio Grande do Sul, no sul do país, descobriu esta terça-feira um hotel em construcção que tinha como objectivo receber hóspedes muito especiais. O hotel, que estava a ser construído por ordem de um traficante preso, destinava-se a receber criminosos que saissem da cadeia e aceitassem passar a pertencer à facção que ele comanda.
Juliano Ferreira, o delegado (inspector) que esta terça-feira comandou em Porto Alegre, a capital estadual, uma grande operação que prendeu 38 suspeitos, entre eles dois menores, e apreendeu carros de luxo e outros bens supostamente pertencentes à facção, contou que o hotel estava a ser construído pelo traficante Leonardo Ramos de Souza, mais conhecido como "Peixe".
O criminoso foi recentemente transferido do sul do país para uma penitenciária federal de alta segurança em Porto Velho, no estado de Rondónia, no norte do Brasil mas, apesar disso, segundo a polícia, continuava a comandar tanto o tráfico de droga na região de Porto Alegre que a facção dele domina quanto a construcção do hotel.
A edificação de um local para receber criminosos que conquistassem a liberdade fazia parte do plano de "Peixe" de ampliar a sua facção e ficar ainda mais poderoso na região de Porto Alegre.
A idéia era dar aos bandidos recém-libertados não apenas um local de abrigo mas todas as condições de se manterem, para depois levarem a cabo acções determinadas pela facção.
Na operação desta terça-feira, outro alvo foi a casa onde vivia a mulher de "Peixe", uma verdadeira mansão repleta de luxo construída numa área carenciada da capital do Rio Grande do Sul. Em contraste com a precariedade das humildes habitações em redor, a casa, cujos grossos portões foram abertos pela polícia com explosivos, estava recheada de móveis e equipamentos de alto padrão.
Na área de recreação, sob o relvado, foi encontrado um alçapão que dá acesso a um túnel que serviria como rota de fuga em caso de uma invasão da polícia ou de ataque de um grupo rival de traficantes. Mas a mulher de "Peixe", que a polícia diz ter ocupado provisoriamente o comando da facção sob orientação do marido, que visita amiúde na cadeia, não foi encontrada.
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