Trump oficializa saída dos EUA do Acordo de Paris
Obama acusa o presidente dos Estados Unidos de rejeitar o futuro.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, confirmou hoje a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris relativo às alterações climáticas e que está preparado para negociar um novo tratado.
O Acordo de Paris "é um exemplo desvantajoso para os Estados Unidos", disse Donald Trump, que considerou o tratado como sendo pouco exigente para com a China e a Índia.
"Não vejo nada que se possa atravessar no nosso caminho" para relançar a economia norte-americana, disse Trump, que acrescentou estar pronto para negociar um novo acordo sobre o clima "em termos justos para os Estados Unidos".
A comunicação de Donald Trump, nos jardins da Casa Branca, em Washington, estava marcada para as 15:00 locais (20:00 em Lisboa), mas foi atrasada devido a um ataque a um hotel-casino em Manila, que provocou dezenas de feridos.
O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, informou na rede social Twitter que Trump estava "ciente da situação em Manila" e estava a ser "atualizado pela sua equipa de segurança nacional".
O antigo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, já reagiu a esta notícia e acusou Trump de rejeitar o futuro.
Saída dos EUA de Acordo de Paris é "uma decisão grave"
O ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, considerou hoje "uma decisão grave" a saída dos Estados Unidos do acordo climático de Paris, sublinhando que o aquecimento global "é uma questão que nenhum país pode resolver sozinho".
Em declarações à Lusa, o ministro disse que a decisão hoje anunciada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, é negativa para os próprios Estados Unidos, porque "não existe espaço no mundo, mesmo numa economia de grande dimensão como a americana, para imaginar que essa mesma economia pode crescer baseada no carvão".
Sobre o impacto da desvinculação dos Estados Unidos do Acordo de Paris, o titular português da pasta do Ambiente afirmou: "Quero acreditar que, do ponto de vista da reversão efetiva da redução das emissões poluentes, não venha a ser tão negativa quanto isso".
Para o ministro, "um país e uma democracia como os Estados Unidos da América é muito mais do que a sua administração".
Saída dos EUA é "profundamente errada"
A saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, hoje anunciada em Washington por Donald Trump, é "profundamente errada", considerou o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.
A posição de Juncker foi expressa em língua inglesa na conta pessoal que mantém na rede social Twitter, poucos minutos após o Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciar o abandono do Acordo de Paris.
"O mundo pode contar com a Europa", segundo o presidente da Comissão Europeia.
Outra reação contra a decisão de Washington veio de Berlim, com a chanceler Angela Merkel "a lamentar" a decisão.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt