Ucranianas presas ao tentarem sair do Brasil com seis ovos de aves em situação crítica de extinção

Uma das mulheres destruiu cinco ovos enquanto era encaminhada para a divisão da polícia.

09 de fevereiro de 2024 às 21:21
Polícia Federal, Brasil Foto: Carl de Sousa/ Getty Images
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Duas mulheres de nacionalidade ucraniana foram presas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) brasileira quando tentavam sair do Brasil com seis ovos de Araras-Azuis-de-Lear, ave em situação crítica de extinção. As mulheres foram apanhadas por terem demonstrado nervosismo excessivo ao serem paradas numa ação de rotina numa estrada perto da cidade de Governador Valadares, no interior do estado de Minas Gerais.

Um dos agentes, Edson Alexandre da Silva, que depois falou com a imprensa, estranhou o comportamento das estrangeiras e intensificou as perguntas, aumentando ainda mais o desconforto evidenciado por elas. Quando ele, desconfiado, se aproximou da porta traseira do automóvel, o nervosismo das mulheres, uma de 44 e a outra de 47 anos, aumentou ainda mais e os agentes decidiram revistar o veículo.

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As suspeitas confirmaram-se rapidamente, pois no banco de trás do carro das cidadãs da Ucrânia os agentes encontraram uma estufa portátil dentro de uma sacola térmica e, dentro da estufa, seis ovos das aves. As Araras-Azuis-de-Lear têm o seu habitat natural numa única área da caatinga do estado da Bahia, no nordeste do Brasil, estado vizinho a Minas Gerais, e são uma das espécies animais em situação crítica de extinção em todo o mundo.

De acordo com o que as duas mulheres aceitaram falar, iam tentar sair do Brasil pela fronteira com o Suriname, no extremo norte do país, numa longa mas mais discreta viagem de carro, e desse país voariam para a Europa, onde os ovos das Araras-Azuis seriam vendidos. Uma delas, enquanto era encaminhada para a divisão da polícia onde o flagrante iria ser lavrado por escrito, destruiu cinco dos ovos, só sendo possível salvar o sexto.

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As autoridades acreditam que as duas mulheres conseguiram os ovos das raras aves numa área de proteção ambiental no interior da Bahia, uma das poucas regiões onde elas ainda podem ser vistas. Investigações vão apurar como as ucranianas conseguiram esses ovos e, como tudo indica, quem as ajudou, pois dificilmente conseguiriam sem a cumplicidade de alguém conhecedor da região.

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