Último adeus a Chávez

De Mahmoud Ahmadinejad, do Irão, a Raul Castro, de Cuba, mais de 30 chefes de estado estiveram ontem no derradeiro adeus ao líder venezuelano, Hugo Chávez, que morreu terça- -feira, após dois anos de luta contra um cancro. Mas as exéquias do homem que para muitos mudou o rosto político da América do Sul ficaram sobretudo marcadas pela emoção da despedida de dezenas de milhares de chavistas que gritaram palavras de ordem como "Chávez não morreu, Chávez multiplicou-se" e "Chávez vive, a luta continua".

09 de março de 2013 às 01:00
Hugo Chávez, Nicolás Maduro, embalsamado, Venezuela Foto: Francisco Gomez / EPA
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O mesmo tom marcou a intervenção do vice-presidente Nicolás Maduro, que, aos elogios a Chávez, destacou: "Queremos todos os países, mas não queremos nações hegemónicas."

As cerimónias iniciaram-se com o hino nacional interpretado pela Orquestra Juvenil Símon Bolívar, sob a batuta do maestro Gustavo Dudamel, seguindo-se uma oração ecuménica que juntou o bispo católico venezuelano Mario Moronta, o pastor Alexis Valera e o reverendo Jesse Jackson, dos EUA. No final, Maduro depositou a espada de Bolívar sobre o caixão, entre aplausos e o canto "alerta, que a espada de Bolívar caminha sobre a América Latina".

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Maduro anunciou na quinta feira que Chávez seria embalsamado e "mostrado para a eternidade" num Museu da Revolução, no quartel onde Chávez lançou o golpe militar de 1992.

"SENTIMENTO DE EXPECTATIVA E SITUAÇÃO DE INCERTEZA

“A Venezuela está a viver uma situação de incerteza. O sentimento geral neste momento é de expectativa”, disse ontem ao CM Óscar Gonçalves, madeirense residente na Venezuela.

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O empresário do setor da restauração não tem dúvidas de que Nicolás Maduro será eleito, “porque as pessoas vão votar em quem Chávez mandou”, mas considera que o ‘herdeiro’ do ex-presidente “não tem o carisma, a cultura e a formação” do antecessor. Óscar Gonçalves contou que as lojas de negócios estiveram ontem todas fechadas em Caracas,“ por respeito e também por questões de segurança”, mas a situação “esteve calma, sem tumultos”. Para já, diz, são urgentes medidas económicas para combater a inflação galopante.

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