Uma lição trágica para o Mundo: Espanha improvisa duas morgues para vítimas do coronavírus

Madrid recorreu a edifícios públicos para conservar cadáveres devido à elevada quantidade de mortes registadas na região.

01 de abril de 2020 às 22:36
Morgue Foto: Getty Images
Uma lição trágica para o Mundo: Espanha improvisa duas morgues para vítimas do coronavírus Foto: Getty Images
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Palácio de Gelo de Madrid é transformado em morgue
Uma lição trágica para o Mundo: Espanha improvisa duas morgues para vítimas do coronavírus Foto: Reuters
Uma lição trágica para o Mundo: Espanha improvisa duas morgues para vítimas do coronavírus Foto: Reuters
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Espanha tem sido um dos países mais afetados pela pandemia do coronavírus. Os últimos números dão conta de mais de 102 mil infetados e 9053 mortes provocadas pela Covid-19.

A região de Madrid é a mais afetada, com 3865 mortes e 29840 casos confirmados até esta quarta-feira. Foi também na capital madrilena que foram montadas as duas primeiras morgues em edifícios públicos devido à elevada quantidade de vítimas mortais registadas diariamente na região.

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24 de março: Palácio de Gelo, a primeira morgue improvisada

A empresa concessionária do centro comercial Palácio do Gelo, conhecido por "Palacio de Hielo", ofereceu as instalações para abrigar os corpos das vítimas de Covid-19. A instalação fica responsável por conservar os corpos até que as funerárias os removam para cremação ou enterro.

O espaço, que contém um ringue de patinagem com 1800 metros quadrados, permite desde logo obter frio o necessário para a preservação dos cadáveres. Os corpos são colocados numa superfície técnica de material polimérico com cerca de 2 a 3 centímetros de espessura, uma forma de evitar o contato direto do corpo com o gelo. Os caixões são identificados com o nome da vítima para evitar alterações de corpos.

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31 de Março: Madrid inaugura segunda morgue provisória

No final de março, Madrid inaugurou uma segunda morgue provisória, no edifício do futuro Instituto de Medicina Legal, uma estrutura projetada para sediar o Instituto Anatómico Forense de Madrid, "no âmbito da frustrada e gigantesca Cidade da Justiça", escreve a publicação espanhola El País.

O edifício agora aproveitado é o único dos 12 que faziam parte da Cidade da Justiça, projeto que está inclusive sob investigação judicial. A estutura, construída há 14 anos, acarreta uma manutenção anual de cerca de 200 mil euros.

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"Trata-se de facilitar o trabalho para serviços funerários, mitigar a dor das famílias e responder à situação de todos os hospitais de Madrid", afirmou um porta-voz do governo regional ao El País.

O edifício, equipado com câmaras de conservação e instalações condicionadas, tem uma capacidade máxima de 240 corpos. Os trabalhos de reconstrução foram reforçados nos últimos dias para preparar o espaço o mais depressa possível para a função. Conforme explicado na passada segunda-feira pelo ministro da Justiça Enrique López , "o governo regional realizou trabalhos para garantir o fornecimento de eletricidade na infraestrutura".

A transferência de cadáveres para este novo espaço está igualmente a cargo da Unidade Militar de Emergência (UME) e do corpo de bombeiros da Comunidade de Madrid, que servem de apoio aos serviços funerários.

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Agências funerárias retiram os corpos das casas. Unidade Militar de Emergência faz o levantamento nos hospitais

A Comunidade de Madrid emitiu já um comunicado no qual esclarece a posição que cada organismo representa. As agências funerárias são as responsáveis por retirar os corpos das residências da região, enquanto a Unidade Militar de Emergência fica responsável por retirar os cadáveres dos hospitais.

"Dependendo do local da morte, o corpo será levado para uma câmara ou sala de refrigeração o mais rápido possível até à sua remoção por pessoal autorizado", explica um documento ao citado pela agência Efe e que determina a gestão de cadáveres na Comunidade de Madrid durante o Estado de Emergência.

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No mesmo documento são dadas instruções para proceder caso a morte ocorra em hospitais e lares de idosos.

"O pessoal da área de saúde que administra os tratamentos ou os cuidados ao falecido, tanto em hospitais como em residências" é responsável por colocar o corpo numa "bolsa sanitária à prova de água" ou "numa cobertura dupla de plástico". A introdução dos corpos nos caixões será realizada "pela equipa funerária ou pela Unidade Militar de Emergência (UME) no local onde o corpo é encontrado", destaca o Ministério da Saúde.

As vítimas mortais que se encontrem no hospital serão transferidas pela "Unidade Militar de Emergência (UME) " para o Palácio do Gelo ou para o futuro Instituto de Medicina legal, ambos na capital madrilena.

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A velação dos corpos, quer nas casas funerárias, quer nas morgues estabelecidas para o efeito, está igualmente proibida durante este período. Segundo o Ministério da Saúde espanhol, a despedida dos ente queridos deve ocorrer quando tal "for apropriado", em cemitérios ou crematórios.

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