Vários detidos após roubos a lojas no centro de Maputo durante manifestações

Escalada de tensão decorre no seguimento de greve e manifestações marcadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane a contestar os resultados das eleições em Moçambique.

07 de novembro de 2024 às 11:39
Manifestações em Maputo Foto: Siphiwe Sibeko/Reuters
Manifestações em Maputo Foto: Siphiwe Sibeko/Reuters
Manifestações em Maputo Foto: Siphiwe Sibeko/Reuters

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Várias pessoas foram esta quinta-feira detidas no centro de Maputo na sequência de pilhagens a lojas num centro comercial no centro de Maputo, palco de manifestações a contestar os resultados das eleições gerais. Segundo um segurança do centro comercial localizado na Avenida Acordos de Lusaka, no centro de Maputo, "mais de 100 invadiram e vandalizaram duas lojas".

A polícia tentou depois recuperar material roubado, como televisores, telemóveis ou frigoríficos.

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Na capital moçambicana veem-se grandes colunas de fumo, sobretudo devido a pneus a arder em várias ruas, e ouvem-se constantemente disparos de balas reais e explosões de granadas.

A polícia começou esta manhã a dispersar, com gás lacrimogéneo, os manifestantes que tentavam chegar ao centro de Maputo a partir dos subúrbios e, por sua vez, estes responderam arremessando pedras e garrafas contra a polícia.

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Nas principais ruas de Maputo e nos bairros suburbanos há uma forte presença da polícia e militares, com viaturas blindadas e elementos da Unidade de Intervenção Rápida (UIR). Tal como acontece há uma semana, esta quinta-feira registam-se novamente fortes condicionalismos no acesso à Internet, nomeadamente redes sociais.

O anúncio pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique a 24 de outubro, em que atribuiu a vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder desde 1975) na eleição a Presidente da República, com 70,67% dos votos, espoletou protestos populares, convocados por Venâncio Mondlane

Segundo a CNE, Mondlane ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas este afirmou não reconhecer os resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional. Após protestos nas ruas que paralisaram o país, Mondlane convocou novamente a população para uma paralisação geral de sete dias, desde 31 de outubro, com protestos nacionais e uma manifestação concentrada em Maputo convocada para esta quinta-feira.

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A Ordem dos Advogados de Moçambique alertou que "existem todos os condimentos" para que haja "um banho de sangue", apelando a "um diálogo genuíno" para que isso não aconteça. Esta quita-feira cumpre-se o oitavo dia de paralisação e manifestações em todo o país, com a generalidade a levar à intervenção da polícia, que dispersa com tiros e gás lacrimogéneo, enquanto os manifestantes cortam avenidas, atiram pedras e incendeiam equipamentos públicos e privados.

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