Vírus mortal isola seis cidades na China
OMS decide não declarar para já emergência mundial. Número de vítimas mortais sobe para 18.
Seis cidades na China, com um total de cerca de 20 milhões de pessoas, estão isoladas para tentar conter o contágio do novo coronavírus. "Autoestradas, ligações ferroviárias e aéreas, está tudo fechado, não podemos sair daqui", disse Miguel Matos, treinador de futebol e um dos poucos portugueses em Wuhan, cidade onde começou a pandemia e onde as pessoas têm agora medo de sair à rua, apresentando-se as ruas praticamente desertas.
As restrições à circulação foram também impostas nas cidades de Huanggang, Ezhou, Xiantao, Chibi e Lichuan, enquanto a capital, Pequim, suspendeu as festividades do ano novo lunar.
O número de mortos subiu de 17 para 18, tendo morrido a primeira pessoa fora da província de Hubei. A Organização Mundial de Saúde decidiu esta quinta-feira que é prematuro declarar uma emergência mundial, devido ao número reduzido de casos fora da China e à falta de provas de que a transmissão do vírus com origem animal ocorre de forma eficaz entre pessoas.
Até ao momento, foram infetados por humanos apenas profissionais de saúde e pessoas que estavam a dar apoio a doentes que contraíram o vírus. Ainda assim, o comité de peritos da OMS esteve dividido na decisão e deixou claro que a situação é de "emergência" na China.
Tedros Adhanom, diretor da OMS, afirmou que nesta fase não haverá restrições à deslocação de pessoas em termos internacionais. E revelou que as vítimas mortais tinham "problemas de saúde associados, como hipertensão, diabetes e doença cardíaca".
Segundo o responsável, a doença atingiu de forma severa um quarto dos pacientes, mas a maioria tem sintomas ligeiros. A OMS afirma desconhecer ainda a origem do vírus, a facilidade de contágio e a gravidade da doença.
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