Washington trabalha com setor privado para apoiar ainda mais a Argentina e o Presidente Milei
Total do apoio à Argentina seria assim elevado para 40 mil milhões de dólares.
O Secretário do Tesouro dos Estados Unidos anunciou esta quarta-feira que o seu país está a trabalhar com privados num novo mecanismo de apoio à economia argentina, de 20 mil milhões de dólares (17,1 mil milhões de euros).
"Estamos a trabalhar num mecanismo de 20 mil milhões de dólares" com "bancos privados e fundos soberanos, que deverá, penso eu, estar mais centrado no mercado da dívida" argentina, afirmou o secretário do Tesouro, Scott Bessent, aos jornalistas, à margem das reuniões do FMI e do Banco Mundial, em Washington.
"Na realidade, já estamos a trabalhar nisso há várias semanas", acrescentou, referindo uma "solução proveniente do setor privado", tendo em vista as "próximas datas de vencimento do reembolso da dívida argentina".
O total do apoio à Argentina seria assim elevado para 40 mil milhões de dólares, sublinhou.
O governo norte-americano já tinha prometido a Buenos Aires uma troca bilateral de divisas ("swap"), no valor de 20 mil milhões, para apoiar a moeda local.
E também anunciou, na semana passada, que tinha começado a comprar pesos argentinos.
Esta quarta-feira, afirmou que essas intervenções diretas dos Estados Unidos no mercado cambial continuavam, com compras "não mais tarde do que esta manhã".
A Bolsa de Buenos Aires subiu bastante após aquelas declarações. O índice Merval, principal indicador do mercado acionista local, subia ainda 3,45% por volta das 19h00 GMT.
O peso, que estava a cair, recuperou um pouco, embora permanecesse abaixo do valor do dia anterior em relação ao dólar.
Na terça-feira, o presidente Donald Trump ameaçou cortar a ajuda à Argentina se o seu aliado, o presidente ultraliberal Javier Milei, sofresse um revés nas eleições legislativas no final do mês.
Scott Bessent frisou hoje que o apoio americano está condicionado a uma "vitória" do partido de Milei, porque isso permitirá a este último "vetar qualquer política ruim".
"Portanto, não se trata de uma questão ligada às eleições, mas à política. Enquanto a Argentina continuar a implementar boas políticas, continuará a beneficiar do apoio dos Estados Unidos", afirmou o secretário do Tesouro.
Milei disse estar confiante na continuação do seu trabalho, numa entrevista à cadeia de televisão americana CNBC, transmitida esta quarta-feira.
"Continuamos a promover as ideias de liberdade, pelo menos até 2027 [fim do meu mandato, NDLR], temos a garantia de continuar a beneficiar deste apoio", afirmou, em declarações traduzidas do espanhol.
Milei, economista de formação, também expressou a esperança de que as eleições legislativas alarguem a sua base de apoio, permitindo-lhe continuar as suas políticas. "Não tenho intenção de mudar de rumo antes do fim do meu mandato", acrescentou. "Comprometo-me a cumprir o programa de redução de impostos, desregulamentação e manutenção do crescimento económico", concluiu Milei.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt