Zelensky pede encontro a sós com Lula da Silva durante reunião do G7 no Japão

Presidente do Brasil ainda não se pronunciou sobre o assunto.

Volodymyr Zelensky Foto: Ukrainian Presidential Press Service/Reuters
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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, solicitou ao Itamaraty, o ministério dos Negócios Estrangeiros do Brasil, uma reunião a sós com o presidente Lula da Silva durante o encontro do G7, que começou esta sexta-feira em Hiroshima, no Japão. Lula, um dos convidados pelo grupo dos sete países mais ricos do mundo, já está na cidade japonesa e Zelensky deve chegar este sábado.

Até à tarde desta sexta-feira, o Itamaraty não tinha confirmado oficialmente nem o encontro entre o ucraniano e o brasileiro nem mesmo o pedido. Mas, informalmente, fontes da diplomacia em Brasília confirmaram o pedido do presidente da Ucrânia, mas avançaram que Lula ainda não tinha tomado posição sobre o encontro.

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Lula provocou polémica e indignação em Abril, durante viagem à China e aos Emirados Árabes Unidos, ao afirmar que a Ucrânia, invadida por tropas russas em 24 de Fevereiro do ano passado, tinha tanta culpa pela guerra que enfrenta no seu território quanto a Rússia, que a invadiu. Dias depois, em Portugal, e após uma chuva de críticas de aliados ocidentais, o brasileiro tentou amenizar as suas declarações e criticou a violação territorial da Ucrânia pela Rússia, sem condenar frontalmente Vladimir Putin, o presidente russo.

Lula tem tentado insistentemente colocar-se como o grande articulador de um plano de paz que acabe com a sangrenta guerra entre russos e ucranianos, que já envolveu igualmente a União Europeia e os EUA, aliados da Ucrânia, mas não tem tido grande sucesso nessa iniciativa. A Ucrânia rejeitou o plano de paz proposto pelo brasileiro, que incluia a cedência de parte do território ucraniano à Rússia em troca da paz, os russos limitaram-se a dizer que estão a estudar o assunto, e a China, a quem o Brasileiro pediu apoio para se tornar o grande negociador do conflito, em vez de o apoiar enviou um negociador chinês a Kiev e Moscovo.

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Lula também já recusou várias vezes convite de Zelensky para visitar a Ucrânia, alegando que, como presidente de um país "neutro" no conflito prefere não se aproximar de nenhuma das partes antes de se conseguir um acordo de paz. Mas Zelensky deve insistir nesse convite para o brasileiro visitar Kiev se acontecer o encontro entre ambos, e o próprio G7 deve pedir a Lula que adopte uma posição mais favorável à Ucrânia

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