Médicos e profissionais de saúde descreveram o desespero de verem doentes morrer com falta de ar.
Aumento de casos de Covid-19 provoca escassez de oxigénio nos hospitais da cidade brasileira de Manaus
Um desespero generalizado, mortes por falta de assistência dentro e fora dos hospitais e apelos dramáticos à ajuda de outras regiões do país e até de outros países é a terrível situação que se vive desde o início da semana na cidade brasileira de Manaus, capital do estado do Amazonas, devido à explosão de casos de Covid-19 e à escassez de oxigénio hospitalar, que já não chega para todos os doentes que precisam dele para sobreviver. Nas redes sociais, médicos e outros profissionais de saúde descreveram o desespero de verem doentes morrer com falta de ar sem terem oxigénio para os salvar, e outros relatos referem que pessoas que contraíram Covid-19 estão a morrer em casa, sem conseguirem ser atendidos.
"Quem tiver oxigénio, traga": médicos brasileiros fazem apelo desesperado após aumento de casos de Covid-19 em Manaus
As três grandes empresas que fornecem oxigénio para Manaus já esgotaram a sua capacidade máxima e não conseguem mais atender as necessidades da capital amazonense. O Ministério da Saúde enviou oxigénio em carácter de emergência em aviões da Força Aérea mas o reforço foi mal calculado e o produto acabou em poucas horas, e esta quinta-feira profissionais da saúde, familiares de doentes internados e voluntários percorriam a cidade tentando conseguir doações particulares de garrafas de oxigénio em lojas e até em residências.
Fotos divulgadas esta quinta-feira na imprensa brasileira mostram camas enfileiradas, coladas umas às outras em enfermarias saturadas de praticamente todos os hospitais de Manaus, onde vivem 2,2 milhões dos menos de 4 milhões de habitantes do estado, e onde se concentram 99% das camas para doentes graves. Outras imagens mostram pacientes deitados no chão, sem maca ou lençol, em unidades de saúde, e há relatos de que doentes entubados por estarem em estado grave ficam na receção de hospitais, sem qualquer privacidade ou protecção.
O número de novos casos de Covid-19 no Amazonas e, principalmente, em Manaus, já superou nestes primeiros 14 dias de janeiro todo o mês de abril de 2020, o mês mais grave da pandemia de coronavírus no ano passado. Um índice assustador que dá uma clara ideia da tragédia que se vive na região é o de enterros diários nos cemitérios da capital amazonense, que só esta semana aumentaram 183% e obrigaram a abertura de milhares de novas campas.
700 DOENTES TRANSFERIDOS PARA OUTROS ESTADOS
Numa tentativa de aliviar ao menos um pouco as dimensões do drama que se vive em Manaus, cerca de 700 doentes com Covid-19 começaram a ser transferidos de avião para hospitais de outros estados brasileiros que atenderam aos apelos das autoridades locais e disponibilizaram camas, como os estados de Goiânia e Brasília, no centro-oeste do Brasil, Piauí, Paraíba e Rio Grande do Norte, no nordeste, e Maranhão, no norte. Estão a ser transferidos doentes com sintomas graves mas que ainda suportam uma transferência aérea, abrindo vagas para outros em situação mais delicada que não resistiriam a uma remoção.
As autoridades municipais decretaram recolher obrigatório em Manaus a partir da noite desta quinta-feira, estando proibida a circulação de pessoas nas ruas das 19h00 às 06h00 da manhã do dia seguinte, numa tentativa de reduzir as novas infecções, principalmente entre jovens que insistem em ir para bares e outros locais noturnos. Há duas semanas, o governo estadual tinha decretado confinamento em todo o estado, permitindo o funcionamento apenas de atividades essenciais, mas associações de bares e restaurantes, de centros comerciais e políticos de oposição recorreram à justiça alegando prejuízos económicos e conseguiram derrubar o isolamento.
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