Presidente da Ucrânia exortou também a Rússia a "retirar as suas tropas da Ucrânia" antes do Natal.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, propôs esta segunda-feira aos países do G7 a organização de uma "cimeira de paz mundial", para debater "como e quando" podem ser implementadas as exigências de Kiev para o final do conflito com a Rússia.
"A Ucrânia sempre liderou os esforços de negociação e fez de tudo para impedir a agressão russa. E agora sentimos uma oportunidade de usar a diplomacia para conseguir a libertação de todo o nosso povo, de todos os nossos territórios", sublinhou o chefe de Estado ucraniano.
Numa mensagem dirigida aos países do G7, o grupo dos países mais industrializados do mundo, Zelensky listou três etapas para atingir a paz: um novo poder, uma nova força e uma nova diplomacia.
Sobre a diplomacia, o governante lembrou ainda que na cimeira do G20 na Indonésia tinha proposto uma "fórmula ucraniana para a paz", referindo que agora deve decorrer uma cimeira especial, a Cimeira da Fórmula de Paz Global, para "decidir como e quando podemos implementar os pontos da fórmula de paz ucraniana".
Zelensky não adiantou mais detalhes sobre quando esta cimeira poderá ocorrer, nem com quem concretamente ou em que condições.
Em meados de novembro, o líder ucraniano propôs um plano de paz de 10 pontos, desde a restauração da integridade territorial até o destino dos prisioneiros, incluindo a segurança alimentar na Ucrânia.
O Presidente da Ucrânia exortou também a Rússia a "retirar as suas tropas da Ucrânia" antes do Natal para "garantir uma cessação duradoura das hostilidades".
"A resposta de Moscovo mostrará o que realmente querem: ou um novo confronto com o mundo ou, finalmente, o fim da agressão. Aquele que trouxe a guerra deve terminá-la", frisou.
Já sobre o poder, o Presidente ucraniano realçou que Moscovo leva vantagem em artilharia e mísseis, apelando ao G7 a necessidade de tanques modernos, apoio constante de "artilharia, canhões e projéteis" e mais mísseis de longo alcance.
Durante vários meses, os aliados ocidentais têm disponibilizado armas de todos os tipos a Kiev em abundância, incluindo os precisos lançadores de 'rockets' norte-americanos Himars e os canhões Caesar franceses.
O impacto no campo de batalha foi fundamental para a Ucrânia, que tem conseguido reverter gradualmente o equilíbrio de poder.
Em setembro, soldados ucranianos obrigaram os militares russos a retirarem-se de grande parte do nordeste, na região de Kharkiv. No início de novembro, os ucranianos expulsaram os russos de Kherson, que era o principal prémio de guerra russo desde o final de fevereiro.
"Quanto mais eficazes formos com essas armas, mais curta será a agressão russa", assegurou.
Zelensky alertou ainda que a Ucrânia precisa de "cerca de dois biliões de metros cúbicos" de gás adicional para ultrapassar o inverno, depois da Rússia ter danificado extensivamente a infraestrutura de energia do país nos últimos meses.
"O terror contra nossas centrais fez-nos usar mais gás do que o esperado. E é por isso que precisamos de apoio adicional, neste inverno. Estamos a falar de um volume de cerca de dois biliões de metros cúbicos de gás que deve ser comprado adicionalmente", destacou.
De acordo com Kiev, 40% das instalações de energia nacionais estão danificadas. O suficiente para forçar milhões de ucranianos a viver diariamente no escuro e no frio, entre repetidos cortes de energia e falta de aquecimento.
No terreno, a Ucrânia veste-se com uma manto branco e as temperaturas são negativas, aumentando os receios de um novo êxodo para a Europa.
Desde então, as autoridades ucranianas têm apelado regularmente à população para "aguentar", apesar das condições de vida cada vez mais difíceis, principalmente no sul e no leste.
Os líderes do G7 acordaram esta segunda-feira durante a cimeira virtual a criação de uma "plataforma" responsável por "coordenar a assistência financeira" à Ucrânia, na véspera de uma conferência sobre o mesmo tema em Paris, promovida pelo Presidente francês Emmanuel Macron.
Presente na Ucrânia, o grupo alimentar Nestlé anunciou que pretende investir 40,5 milhões de euros numa nova unidade de produção no oeste deste país, que "vai empregar 1.500 pessoas".
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus --, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.755 civis mortos e 10.607 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.