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Acordo comercial com os EUA deixa Europa dividida

Ursula von der Leyen acusada de ceder em toda a linha às exigências de Trump

29 de julho de 2025 às 01:30

Um “mal menor” que evita uma escalada de consequências imprevisíveis ou uma “submissão total” às exigências de Donald Trump? O acordo comercial entre a União Europeia e os EUA anunciado no domingo por Ursula von der Leyen e pelo presidente norte-americano abriu profundas divisões entre os 27, com alguns países a acusarem a Presidente da Comissão Europeia de dar tudo aquilo que Trump pretendia sem conseguir nada em troca para a Europa.

“É um dia negro quando uma aliança de povos livres, reunida para reafirmar os seus valores e defender os seus interesses comuns, se resigna à submissão”, escreveu no X o primeiro-ministro francês, François Bayrou, numa declaração tornada ainda mais contundente pelo silêncio esclarecedor do presidente Emmanuel Macron, um dos chefes de Estado europeus que mais se bateram por um acordo justo com os EUA.

Já o chanceler alemão, Friedrich Merz, cujo país seria um dos mais atingidos por uma eventual guerra da tarifas com os EUA, saudou o acordo, afirmando que evita “uma escalada desnecessária nas relações transatlânticas” e evita um conflito comercial de consequências devastadoras e e imprevisíveis. O primeiro-ministro espanhol, PedroSánchez, disse, por seu lado, apoiar o acordo “mas sem entusiasmo”, enquanto a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, sublinhou que o acordo evita “consequências potencialmente devastadoras” para a economia europeia, mas é preciso “estudar os pormenores”.

O acordo firmado por Trump e Von der Leyen, que ainda terá de ser aprovado pelos 27, prevê a imposição de uma tarifa fixa de 15% sobre cerca de 70% dos produtos europeus importados pelos EUA, em vez dos 30% ameaçados por Trump a partir de 1 de agosto caso não fosse possível chegar a um acordo. A UE compromete-se ainda a comprar energia norte-americana no valor de 642 mil milhões de euros e a investir outros 514 mil milhões adicionais nos EUA, além do aumento das aquisições de material militar.

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