Afinal Anne Frank, a menina que descreveu em diário como se escondeu dos abusos e torturas nazis, foi traída por um judeu que terá dado informações sobre o seu paradeiro para salvar a sua própria família das mãos dos nazis.
Uma investigação levada a cabo por um ex-agente do FBI, historiadores e outros especialistas identificou o homem como sendo Arnold van den Bergh, um judeu originário de Amesterdão, Países Baixos. A equipa de investigadores acredita que Van den Bergh, que tinha pertencido ao Conselho Judaico de Amesterdão, órgão forçado a implementar a política nazi nas áreas judaicas e que tinha sido dissolvido em 1943 (todos os seus membros foram enviados para campos de concentração), terá sido ‘poupado’ em troca de informações, entre elas o paradeiro de Anne Frank.
"Quando Van den Bergh perdeu todas as proteções que o isentavam de ter de ir para os campos, teve de fornecer algo valioso aos nazis para o deixarem a ele e à sua mulher, nessa altura, ficar em segurança", explicou o ex-agente do FBI Vince Pankoke ao programa ‘60 Minutos’, da CBS. Pankoke vai mais longe e revela que encontrou provas de que Otto Frank, pai de Anne, pode ter sabido disso e nunca revelou. Anne Frank, cujo diário se tornou um símbolo do Holocausto, foi detida em 4 de agosto de 1944 com as sete pessoas com quem estava escondida no Anexo Secreto, em Amesterdão. Viria a falecer no ano seguinte, aos 15 anos, no campo de Bergen Belsen.