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Artista russo enfrenta acusação por questionar conflito durante concerto

Yuri Shevchuk enfrenta uma multa de até 50 000 rublos (cerca de 756 euros).

20 de maio de 2022 às 07:50

O vocalista da banda de rock russa DDT foi acusado, esta quinta-feira, de desacreditar o Exército da Rússia, ao questionar os objetivos da invasão da Ucrânia durante um concerto.

As acusações contra Yuri Shevchuk, vocalista da banda DDT, foram encaminhadas esta quinta-feira para um tribunal administrativo.

Yuri Shevchuk enfrenta uma multa de até 50 000 rublos (cerca de 756 euros).

Após o início da invasão russa da Ucrânia, o regime russo aprovou uma lei mais severa contra a disseminação de "notícias falsas" sobre o conflito, que pode resultar em penas até 15 anos de prisão.

Durante um concerto na cidade de Ufa, que decorreu esta quarta-feira, o vocalista questionou os objetivos da guerra e porque é que os jovens russos e ucranianos estão a lutar e a morrer numa guerra que também está a vitimar civis.

"Velhos, mulheres e crianças estão a morrer. Para algum tipo de planos napoleônicos do nosso último César, é isso?", questionou.

"A pátria, meus amigos, não é o rabo de um presidente que vocês têm que lamber e beijar o tempo inteiro. A pátria é uma avó pobre que vende batatas na estação de comboios. Essa é a pátria", acrescentou.

A guerra na Ucrânia, que hoje entrou no 85.º dia, causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas -- cerca de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,3 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

A ONU confirmou esta sexta-feira que 3 811 civis morreram e 4.278 ficaram feridos, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.

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