Foi feito ainda um apelo aos líderes internacionais para que protejam os profissionais de comunicação.
A Associação de Imprensa Estrangeira em Israel exigiu esta segunda-feira explicações das autoridades israelitas sobre a morte de cinco jornalistas na Faixa de Gaza e apelou aos líderes internacionais para que protejam os profissionais de comunicação.
"A Associação de Imprensa Estrangeira está indignada e chocada", disse a organização num comunicado citado pela agência de notícias France-Presse (AFP), também representada na FPA, a sigla em inglês por que é conhecida.
A FPA observou que o exército israelita não fez qualquer aviso antes dos ataques de esta segunda-feira de manhã contra o Hospital Nasser, em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, em que morreram 20 pessoas.
"Exigimos explicações imediatas das Forças de Defesa de Israel e do gabinete do primeiro-ministro", Benjamin Netanyahu, disse a FPA.
A organização apelou a Israel "para que abandone de uma vez por todas a prática abjeta de alvejar jornalistas", e referiu que "demasiados jornalistas foram mortos em Gaza sem qualquer justificação".
Antes do ataque de esta segunda-feira, o Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) e a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) registaram cerca de 200 jornalistas mortos desde o início da guerra em Gaza, em outubro de 2023.
"Este deve ser um momento decisivo. Apelamos aos líderes internacionais: façam tudo o que puderem para proteger os nossos colegas. Não podemos fazê-lo sozinhos", acrescentou a FPA, presidida atualmente pela jornalista Tania Kraemer, da emissora pública alemã Deutsche Welle.
O exército israelita confirmou o ataque sem especificar o motivo, anunciou a abertura de um inquérito e afirmou que não ataca jornalistas enquanto tal.
Ao longo da guerra em Gaza, Israel matou dezenas de jornalistas, trabalhadores humanitários e pessoal médico que acusou de pertencerem ao grupo extremista Hamas ou de representarem algum tipo de ameaça para as tropas.
O ataque de esta segunda-feira consistiu em dois impactos, o primeiro dos quais matou um operador de câmara contratado pela Reuters, Hussam al-Masri, que estava no local a trabalhar.
A Reuters informou que a transmissão ao vivo do hospital, operada por al-Masri, foi interrompida repentinamente no momento do primeiro ataque.
Após o bombardeamento, outros jornalistas e socorristas correram para o ajudar, quando ocorreu o segundo impacto, de acordo com imagens transmitidas em direto pelo canal egípcio Al Ghad.
Os restantes jornalistas mortos foram identificados como Mariam Dagga, uma fotojornalista 'freelancer' de 33 anos que trabalhava para a AP, Mohammed Salam, fotojornalista da Al Jazeera, e Moaz Abu Taha, da cadeia norte-americana de televisão NBC.
Um quinto jornalista, Ahmed Abu Aziz, que trabalhava para a Quds Feed Network e outros meios de comunicação, sucumbiu aos ferimentos, de acordo com o gabinete de imprensa do Governo de Gaza.
"O primeiro ataque teve como alvo o quarto andar do complexo médico Nasser, seguido de um segundo ataque, enquanto ambulâncias chegavam para resgatar os feridos e mortos", afirmou o Ministério da Saúde de Gaza em comunicado.
Um estudante de Medicina, um funcionário de segurança do hospital e um socorrista da Defesa Civil de Gaza estão também entre as vítimas mortais, disseram as autoridades locais.
O Hospital Nasser é uma das últimas instituições de saúde ainda parcialmente funcionais na Faixa de Gaza.
Israel tem em curso uma ofensiva militar na Faixa de Gaza desde que sofreu o ataque do Hamas de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e o rapto de 250 pessoas, feitas reféns.
A ofensiva israelita provocou mais de 62.700 mortes em Gaza, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza, considerados fiáveis pela ONU.
Israel impediu ao acesso de jornalistas à Faixa de Gaza, pelo que os repórteres palestinianos são os únicos que continuam a trabalhar no território.
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