Embaixador diz que apoio é possível porque a pressão sobre estes serviços no país desacelerou.
O embaixador da Áustria em Lisboa avançou hoje à Lusa que Viena está a fazer um levantamento junto das várias províncias daquele país para saber quantas camas de cuidados intensivos têm disponíveis para receber doentes covid-19 de Portugal.
"O Ministério da Saúde austríaco está a falar com as várias províncias para saber quantas camas e em quais hospitais essas camas estão disponíveis. Um levantamento que será feito muito rapidamente, entre hoje e amanhã [terça-feira]", afirmou, em declarações à Lusa, o embaixador Robert Zischg, um dia depois do chanceler austríaco, Sebastian Kurz, ter anunciado, através da rede social Twitter, que a Áustria tinha oferecido este apoio a Portugal, num sinal de "solidariedade europeia".
O representante diplomático austríaco em Lisboa disse que Viena ainda não sabe, neste momento, quantos pacientes covid-19 poderão vir a ser transferidos de Portugal para a Áustria e quando o procedimento poderá ser levado a cabo, um levantamento que, segundo frisou, estará a ser feito pelas autoridades portuguesas competentes.
Robert Zischg referiu que a oferta de apoio austríaca -- que só visa a transferência de doentes covid-19 que estejam em cuidados intensivos -- é possível porque a pressão sobre estes serviços na Áustria desacelerou, depois do país ter tido cerca de 700 pacientes internados neste tipo de unidades.
"O nosso número de pacientes nos cuidados intensivos baixou felizmente, situa-se agora um pouco abaixo dos 300 doentes. Assim pudemos colocar [estes serviços] à disposição de Portugal, para aliviar um pouco a pressão", prosseguiu o embaixador da Áustria em Portugal desde janeiro de 2018.
Apesar deste procedimento implicar uma logística difícil, o representante diplomático frisou que a Áustria já tem conhecimento e experiência adquirida nesta matéria, lembrando que o país já recebeu doentes de outros países europeus, como por exemplo de França.
"Já temos essa experiência. Já existe uma rotina. Após a chegada à Áustria, já existe uma rotina para o transporte e para a distribuição dos doentes para os hospitais especializados. E depois já nos hospitais são acionados os procedimentos normais", referiu.
E concluiu: "A nossa intenção é aliviar a pressão. É um problema europeu. E, neste momento, a Áustria está numa situação um pouco mais aliviada, depois de seis semanas de confinamento total e temos camas disponíveis para oferecer".
O anúncio feito no domingo por Sebastian Kurz foi divulgado depois do chanceler austríaco ter mantido uma conversa telefónica com o primeiro-ministro português, António Costa.
"A pandemia da covid-19 representa enormes desafios para todos os países europeus. É uma exigência de solidariedade europeia ajudar rapidamente e sem burocracia para salvar vidas", escreveu, no domingo, Sebastian Kurz no Twitter.
Esta segunda-feira foi igualmente conhecido que o Governo espanhol se ofereceu para ajudar Portugal a lutar contra a falta de meios hospitalares no contexto da pandemia de covid-19.
"Houve uma oferta de apoio por parte das autoridades espanholas", disse à Lusa o embaixador de Portugal em Madrid, João Mira Gomes, acrescentando que agora estão a ser avaliadas, a um nível técnico, as "modalidades desse apoio".
Também hoje fontes oficiais alemãs avançaram à Lusa que a Alemanha vai enviar para Portugal 26 profissionais de saúde, entre eles oito médicos, já na quarta-feira, como parte de uma missão de ajuda de combate à pandemia de covid-19.
O Ministério da Defesa alemão, num comunicado enviado à agência Lusa, referiu ainda o envio de material médico, entre eles 40 ventiladores móveis e dez estacionários, 150 bombas de infusão e 150 camas hospitalares.
A terceira vaga da pandemia colocou Portugal no limite das suas capacidades hospitalares, tendo o país registado hoje 275 mortes relacionadas com a doença covid-19 e 5.805 casos de infeção com o novo coronavírus, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
O boletim da DGS indicou também que estão internadas 6.869 pessoas, mais 175 do que no domingo, das quais 865 em unidades de cuidados intensivos, ou seja, mais sete, valores que representam um novo máximo na atual crise pandémica.
Desde o início da pandemia, mais de 12.000 mortes foram contabilizadas em Portugal, 5.000 delas em janeiro.
A pandemia da doença covid-19 provocou pelo menos 2.227.605 mortos resultantes de mais de 102,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 12.757 pessoas dos 726.321 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da DGS.
A doença é transmitida por um novo coronavírus (SARS-Cov-2) detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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