Viktoria Marinova trabalhava numa cadeia de televisão local e tinha denunciado recentemente alegados casos de fraude na Bulgária.
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A Comissão Europeia disse esta segunda-feira esperar uma investigação "rápida e exaustiva" à morte da jornalista búlgara Viktoria Marinova, de modo a clarificar se o seu homicídio está relacionado com a investigação de casos de corrupção na Bulgária.
"É com uma profunda tristeza que soubemos do assassinato de Viktoria Marinova. Os nossos pensamentos estão com a sua família e amigos. A Comissão espera uma investigação rápida e exaustiva por parte das autoridades competentes, de modo a que os autores deste crime sejam levados perante a justiça, e a que seja clarificado se este ataque está relacionado com o seu trabalho", declarou esta segunda-feira o porta-voz da Comissão Europeia.
A jornalista búlgara Viktoria Marinova, que trabalhava numa cadeia de televisão local e que recentemente tinha denunciado alegados casos de uso fraudulento de fundos comunitários na Bulgária, foi morta no sábado, vítima de agressão brutal.
Margaritis Schinas, que falava na conferência de imprensa diária da instituição em Bruxelas, lembrou que o executivo comunitário tem como missão "assegurar que os jornalistas em todo o lado estão seguros e possam dar o seu inestimável contributo para a sociedade democrática".
O porta-voz comunitário avançou ainda que a Comissão Europeia encara "muito seriamente" todas as alegações de suspeição relacionadas com o uso fraudulento de fundos comunitários.
"Estamos ao corrente das notícias relacionadas com a Bulgária. Informámos o Organismo Europeu de Luta Antifraude [OLAF] desta questão e também já pedimos informações relacionadas com estas informações às autoridades responsáveis", indicou.
O corpo de Viktoria Marinova, 30 anos, responsável administrativa e apresentadora na TVN, uma cadeia televisiva local de Ruse (norte), foi descoberto no sábado num parque da cidade, anunciou no domingo o procurador regional, Georgy Georgiev.
A jornalista foi agredida na cabeça e estrangulada, referiu o Ministério do Interior, precisando que também foi violada.
O inquérito está a examinar todas as pistas, relacionadas com a sua vida pessoal e profissional. A vítima animava uma emissão dedicada às questões da sociedade difundida localmente em Ruse, um grande porto nas margens do Danúbio, junto à fronteira com a Roménia.
No programa de 30 de setembro, difundiu uma entrevista com dois reputados jornalistas de investigação, o búlgaro Dimitar Stoyanov, do site Bivol.bg, e o romeno Attila Biro, que investigavam suspeitas de fraudes nos fundos europeus e que envolveriam empresários e responsáveis políticos.
O cofundador do Bivil.bg, Assen Yordanov, disse à agência noticiosa AFP ter recebido informações credíveis de que os jornalistas do seu site estavam em perigo devido a esta investigação.
"A morte de Viktoria, a forma brutal como foi morta, é uma execução feita para servir de exemplo", acusou.
A última classificação mundial sobre liberdade de imprensa estabelecida pelos Repórteres sem fronteiras (RSF) colocou a Bulgária no 111º lugar entre 180, de longe o pior da União Europeia, e o país é regularmente questionado pela situação de vasta corrupção nos media, que impede a liberdade de informar.
Viktoria Marinova foi a terceira jornalista assassinada no espaço de um ano na Europa, após o repórter Jan Kuciak na Eslováquia, em fevereiro, e a jornalista de Malta Daphné Caruana Galizia em outubro de 2017.
O primeiro-ministro búlgaro, de centro-direita, Boiko Borissov, assegurou entretanto que devido às provas reunidas, o esclarecimento do crime "é apenas uma questão de tempo".
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