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Carta escrita há 300 anos por freira "possuída pelo Diabo" foi decifrada

Documento data de 1676 e contêm uma mistura de vários alfabetos antigos.

10 de setembro de 2018 às 16:18

Há mais de 300 anos, uma freira chamada Maria Crocifissa della Concezione, afirmou ter sido possuída pelo diabo enquanto dormia, durante a noite, no convento de Palma di Montechiaro, na Sicília, em Itália.

De acordo com a história, que se tornou muito célebre entre a comunidade cristã, a irmã Maria acordou numa manhã do ano 1676 coberta de tinta, depois de ter passado a noite inteira a escrever cartas.

A freira, que habitava naquele convento desde os 15 anos de idade, afirma que o diabo lhe ditava coisas para esta escrever em notas. O resultado são vários rascunhos onde surge uma mistura bizarra de letras de alfabetos arcaicos, cujas mensagens nunca ninguém conseguiu decifrar.

Um dos manuscritos permanece ainda hoje intacto, e graças aos investigadores do Centro de Ciência Ludum, em Itália, parte dele foi finalmente descodificado, graças a um software que os investigadores descobriram na Dark Web (Internet Obscura em português, e que corresponde a todos os servidores de rede inalcançáveis na Internet, por requererem softwares, configurações ou autorizações específicas para o acesso).

"Nós ouvimos falar naquele software que acreditamos ser usado pelos serviços de inteligência para decifrar códigos. Preparámos o sistema com o alfabeto grego antigo, o árabe, o alfabeto rúnico e o latim para conseguirmos descodificar algumas das letras", explicou Danielle Abate, diretora do centro científico, em declarações ao The Times

Assim, os investigadores creem que a carta descreve Deus, Jesus e o Espírito Santo como "mortos-vivos". "Deus pensa que pode libertar os comuns mortais mas isso não funciona assim", é outra das frases decifradas no documento histórico. O escrito faz ainda uma referência ao Rio Estige, que na mitologia grega é contado para separar o reino dos vivos do submundo.

Ainda assim, apesar destas descobertas, Danielle não acredita que Maria tenha sido possuída pelo diabo, justificando o que aconteceu com um possível surto de esquizofrenia.

"Pessoalmente eu acredito que a freira tivesse um bom domínio das línguas, o que lhe permitiu inventar o código. Pode ter sofrido de uma condição psicológica que a fez imaginar diálogos com o Diabo", concluiu.

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