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Chega critica EUA por crise no Afeganistão e quer "política de controlo migratório firme" na UE

Direção Nacional do partido defende que se evite "uma onda de imigração indesejada".

16 de agosto de 2021 às 15:19

O Chega criticou hoje os Estados Unidos da América por terem deixado o Afeganistão "à sua sorte" e pediu "uma política de controlo migratório firme" na União Europeia, que evite "uma onda de imigração indesejada".

Em comunicado, a Direção Nacional do Chega lamenta "a forma irresponsável e descoordenada com que a administração Biden [Presidente dos EUA] abandonou a população e as instituições do Afeganistão à sua sorte, permitindo um retrocesso civilizacional enorme no que diz respeito aos direitos humanos, especialmente das mulheres e das crianças".

"A União Europeia deve agora, sem deixar de proteger aqueles que fogem da guerra e da perseguição, ter critérios migratórios muito firmes e seguros, para evitar uma onda de imigração indesejada para território europeu, nomeadamente de fundamentalistas e ex-combatentes islâmicos", acrescenta o partido liderado por André Ventura.

No comunicado, é adiantado também que o presidente do partido endereçou uma carta ao líder do grupo europeu Identidade e Democracia (ID) apelado à exigência de "uma política de controlo migratório firme por parte da União Europeia".

Para o Chega, a União Europeia não soube, "mais uma vez, antecipar cenários e proteger os seus diplomatas e cidadãos, muitos deles a tentar desesperadamente abandonar Cabul neste momento".

Na carta endereçada ao presidente do ID, Gerolf Annemans, e divulgada pelo partido, André Ventura antecipa um "flagelo migratório com trágicas consequências para os cidadãos e as economias" europeias, além das "culturas e, ainda, identidades".

"O terrorismo islâmico vai de novo espalhar-se no ocidente e, consequentemente, na Europa. Por isso, penso que é altura de colocarmos nas nossas mãos a história e o destino das nossas nações e da União Europeia", desafia o presidente do Chega, apelando a um "entendimento urgente" neste sentido.

Depois de várias ofensivas iniciadas em maio deste ano, na sequência do anúncio dos Estados Unidos da retirada final dos seus militares do Afeganistão, os talibãs conquistaram no domingo a última das grandes cidades que ainda não estavam sob seu poder -- a capital, Cabul -, tendo hoje declarado o fim da guerra no Afeganistão e a sua vitória.

O Presidente afegão, Ashraf Ghani, abandonou o país no domingo, quando os talibãs estavam às portas da capital, enquanto os líderes do movimento radical islâmico se apoderavam do palácio presidencial.

A entrada das forças talibãs em Cabul pôs fim a uma campanha militar de duas décadas liderada pelos Estados Unidos e apoiada pelos seus aliados, incluindo Portugal. As forças de segurança afegãs, treinadas pelos militares estrangeiros, colapsaram antes da entrada dos talibãs na cidade de Cabul.

Milhares de afegãos, em Cabul, tentam fugir do país e muitos dirigiram-se para o aeroporto internacional onde a situação é caótica.

A situação no Afeganistão será ainda debatida na terça-feira numa reunião extraordinária dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 estados-membros da União Europeia, na qual Portugal será representado pela secretária de Estado dos Assuntos Europeus, já que o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, está atualmente de férias.

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