Até ao momento, nenhum acordo de fundo foi alcançado entre Washington e Pequim, embora tenham sido feitos progressos em questões consideradas essenciais por ambas as partes.
Responsáveis norte-americanos e chineses vão reunir-se a partir desta segunda-feira, em Estocolmo, com o objetivo de prolongar a trégua na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, num contexto ainda incerto.
Trata-se do terceiro encontro entre Pequim e Washington, depois das reuniões em Genebra, em maio, e Londres, em junho, que permitiram pôr fim à escalada nas tensões comerciais entre os dois países.
A reunião decorre no início de uma semana decisiva para a política comercial do Presidente norte-americano, Donald Trump, uma vez que as tarifas aplicadas à maioria dos principais parceiros comerciais dos Estados Unidos deverão sofrer um forte aumento a partir de 01 de agosto.
Os produtos que entram nos Estados Unidos poderão ser taxados entre 10% e 50%, sendo o Brasil o país mais penalizado, com a taxa mais elevada. O México poderá ser alvo de uma sobretaxa de 30% e o vizinho Canadá de 35%.
Segundo dados do centro de investigação Budget Lab, da Universidade de Yale, tal aumento elevaria a média das tarifas sobre produtos importados para o nível mais alto desde o início da década de 1930.
A China poderá até sentir-se privilegiada: embora os seus produtos estejam sujeitos a uma sobretaxa adicional de 30% face às tarifas em vigor antes de 01 de janeiro, não são esperadas novas surpresas até ao final da semana, oferecendo maior previsibilidade aos industriais chineses.
As discussões em Estocolmo visam prolongar a pausa de 90 dias negociada em maio, em Genebra, que pôs fim às represálias de ambos os lados do Pacífico, responsáveis por sobretaxas de 125% sobre produtos norte-americanos e 145% sobre produtos chineses.
Segundo o jornal de Hong Kong South China Morning Post, a trégua deverá ser prorrogada por mais 90 dias.
"É visível uma evolução significativa na abordagem do Governo [norte-americano] em relação à China", disse Emily Benson, responsável de estratégia na consultora Minerva, citada pela agência France-Presse.
Os responsáveis norte-americanos estão agora "concentrados no que é alcançável, em lubrificar as engrenagens e evitar novos focos de tensão", acrescentou.
Até ao momento, nenhum acordo de fundo foi alcançado entre Washington e Pequim, embora tenham sido feitos progressos em questões consideradas essenciais por ambas as partes.
Os Estados Unidos conseguiram um alívio nas restrições às exportações chinesas de terras raras, enquanto Pequim viu parcialmente restabelecido o acesso aos semicondutores norte-americanos mais avançados.
O prolongamento da pausa deverá ser a principal conclusão das negociações de Estocolmo, "um sinal de vontade de continuar a dialogar de parte a parte", segundo Thibault Denamiel, investigador do grupo de reflexão CSIS, em Washington.
A próxima etapa será um encontro entre Donald Trump e o homólogo chinês, Xi Jinping.
Os mercados deverão reagir positivamente já hoje, após a conclusão das negociações comerciais entre os Estados Unidos e a União Europeia (UE).
No domingo, após uma reunião na Escócia com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, Trump anunciou que a União Europeia aceitou a aplicação de tarifas de 15% e comprometeu-se a investir mais 600 mil milhões de dólares (510 mil milhões de euros) nos EUA, sem detalhes sobre o prazo.
Trata-se de "um bom acordo, que trará estabilidade e previsibilidade" de ambos os lados do Atlântico, afirmou Ursula von der Leyen.
Apesar da pausa nas tarifas, que Trump descreveu incorretamente como "recíprocas", os EUA apenas conseguiram fechar mais cinco acordos comerciais -- muitas vezes meras declarações de intenção -- com Indonésia, Japão, Filipinas, Reino Unido e Vietname, que terão tarifas potenciais reduzidas, em média, para valores entre 15% e 20%.
Para os restantes países, 01 de agosto marcará a aplicação das sobretaxas anunciadas por Trump.
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