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Correio da Manhã

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Chuvas torrenciais matam dezenas de pessoas no Rio de Janeiro

Balanço provisório das autoridades é de 116 mortos e dezenas de desaparecidos na cidade de Petrópolis.
Domingos Grilo Serrinha e correspondente no Brasil 17 de Fevereiro de 2022 às 08:34
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Tragédia na cidade brasileira de Petrópolis já causou 38 mortos
Seis horas consecutivas de chuva torrencial entre a tarde de terça-feira e a madrugada desta quinta-feira, provocaram pelo menos 116 mortes na cidade brasileira de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro. Esta quarta-feira à noite, dezenas de casas continuavam soterradas sob toneladas de lama, rochas e árvores e havia dezenas de desaparecidos. A Polícia Civil informou que há mais de 117 desaparecidos na cidade, no último balanço, feito ao cair da noite.



Moradores e voluntários, muitos deles com familiares e amigos mortos ou ainda desaparecidos, juntaram-se às equipas de resgate, escavando os escombros, nalguns casos com as próprias mãos, tentando desesperadamente encontrar sobreviventes ou resgatar corpos. Muitos arriscavam a própria vida, pois ao longo de todo o dia os deslizamentos de terras continuaram, e os bombeiros, muito criticados, só agiam em áreas consideradas seguras.

Numa das áreas mais atingidas, o bairro Alto da Serra, no Morro da Oficina, sobreviventes passaram o dia a resgatar os corpos de familiares e vizinhos sob a lama e depois carregavam-nos, em lágrimas, até uma base de apoio montada pelos bombeiros numa área mais afastada. No centro da cidade, a água da chuva, misturada com a que transbordou dos rios e dos esgotos, atingiu mais de dois metros de altura dentro de residências e comércios, e ainda se viam árvores a boiar nas ruas e até carros em cima de casas. À medida que a água começou a baixar, as cenas de terror ficaram ainda mais visíveis, com o aparecimento de muitos corpos que estavam submersos.
Noutro drama humano, funcionários e professores tentavam localizar os pais ou outros responsáveis de mais de 100 crianças que ninguém foi buscar ao fim do dia na terça-feira, no pior momento do temporal, e que continuavam nesses estabelecimentos de ensino, não se sabendo se os pais morreram na tragédia ou ficaram isolados e sem comunicações.

pormenores
Dilúvio fatal
Nas primeiras horas da violenta tempestade que terça-feira à tarde se abateu sobre a cidade de Petrópolis caíram 259 milímetros de chuva, mais do que a média prevista para todo o mês de fevereiro, que era de 236 milímetros.

Avisos ignorados
No dia anterior ao temporal, a Defesa Civil do Rio de Janeiro foi alertada para a previsão de fortes chuvas e possibilidade de derrocadas nas zonas densamente povoadas da região serrana, mas a população não foi avisada nem foram tomadas medidas de prevenção.
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