Há 32 anos que não chovia com tanta intensidade no Brasil.
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No que o governador regional Rui Costa classificou como a maior tragédia ambiental da história do estado da Bahia, as chuvas torrenciais que há vários dias castigam aquela região do nordeste do Brasil já deixaram 25 pessoas mortas, várias desaparecidas e mais 19.580 desalojadas. Esta segunda-feira, segundo dados da Protecção Civil estadual, 72 cidades estavam em Estado de Emergência, 58 das quais total ou parcialmente debaixo de água.
Num dos exemplos mais graves da tragédia, o Rio Cachoeira, um dos que cortam a região sul da Bahia, a mais afectada, subiu em somente 24 horas mais de nove metros acima do seu leito normal, submergindo importantes cidades, como Itabuna e Ilhéus. Em Ilhéus, onde o governo regional instalou um gabinete de crise e para enfrentar os problemas provocados pelas maiores chuvas do estado em 32 anos, as águas do rio subiram tanto que era possível ver-se peixes a nadar tranquilamente onde antes era a pista do aeroporto.
Milhares de casas foram atingidas em dezenas de cidades, boa parte das quais não tem qualquer probalidade de se manter em pé, devendo ser derrubado o pouco que sobrou delas quando as águas baixarem. O acúmulo de água da chuva e dos rios transbordados foi tanto que submergiu totalmente até as raras construcções de três andares existentes na região, onde a maioria das casas é térrea ou tem apenas dois andares.
Os Bombeiros da Bahia, apanhados de surpresa pela violência e pela vastidão das chuvas e das cheias que se seguiram, tiveram de pedir auxílio a colegas de outros estados. Ante a indiferença do governo central, que até enviou um ministro para sobrevoar a região mas até esta segunda-feira não tinha enviado auxílio prático, estados como São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe, Ceará e Paraná enviaram para a Bahia lanchas e botes de resgate, helicópteros, dezenas de Bombeiros e inúmeros camiões com mantimentos e equipamentos de salvamento.
Imagens de emissoras de televisão e outras feitas por populares mostram a dramaticidade do resgate de dezenas de pessoas ilhadas em telhados. No bairro Sarinha, em Itabuna, uma idosa de 102 anos, Izilda Gomes, ficou nessa situação aflitiva por mais de 12 horas, até que os próprios vizinhos, num gigantesco esforço comum e arriscando as próprias vidas conseguiram tirá-la de lá.
A subida das águas foi tão rápida que a maioria das pessoas não conseguiu tirar nada de dentro das suas casas, fugindo da morte somente com a roupa do corpo, o que criou também uma grande crise humanitária. Pelo menos 10 estradas importantes, sendo seis federais e quatro estaduais, colapsaram total ou parcialmente, inviabilizando ou prejudicando muito o socorro por terra.
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